Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial

Fonte: aprendis
(Redirecionado de MAPA)
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial
Área(s) de Atuação Aferiação da pressão arterial, Registo da pressão arterial, Monitorização da pressão arterial
Entidade(s) Criadora(s)
Entidade(s) Gestora(s)
Data de Lançamento 1960
Notas

Definição de MAPA

A Monitorização Arterial de Pressão Arterial - MAPA é o método que permite a aferição indireta da pressão arterial de um indivíduo, em um período de 24 horas ou mais, para obtenção do registro da pressão arterial (PA) durante as atividades habituais na vigília e durante o sono.
A MAPA está se tornando cada vez mais recomendada para a prática clínica de rotina, sendo particularmente útil na avaliação de pacientes com leituras pressóricas variáveis no atendimento ambulatorial ou em pacientes com discrepâncias entre as aferições em domicílio e no consultório.


Sem.jpg


Fonte: Imagem de acervo pessoal


Histórico

Desde 1890, o exame inicial para o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS) baseia-se na aferição casual da PA, em consultório, através do esfigmomanômetro, sendo este método considerado procedimento-padrão para o diagnóstico e seguimento de pacientes hipertensos. Entretanto, encontra-se sujeito a inúmeros erros, tanto por influência do observador e do ambiente, quanto por fornecer um número limitado de leituras para aferir adequadamente os efeitos das ondas de reflexão e para identificar a presença de doença vascular arterial (inclusive podendo superestimar o valor verdadeiro da PA), não apresentando boa reprodutibilidade a longo prazo.
À partir de meados de 1960, iniciou-se a realização da monitorização ambulatorial da pressão arterial, entretanto somente nos últimos anos sua grande importância clínica foi demonstrada por possibilitar a obtenção de valores de PA que mais se aproximem da habitual dos indivíduos, com boa reprodutibilidade e por identificar vários fenômenos que não são avaliados por outros métodos.


Vantagens para o uso da MAPA

Em relação à medida casual da PA, a realização da MAPA apresenta algumas vantagens como:

  • Atenuação do efeito do observador,
  • Eliminação do viés de registro,
  • Avaliação da PA durante o sono (as aferições noturnas da pressão sanguínea podem também oferecer informações prognósticas) e atividades cotidianas, dentre outras.


Tabela1.jpg


Fonte: V Diretrizes de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e III Diretrizes de Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA). Arq. Bras. Cardiol. vol.97 no.3 supl.3 São Paulo, Setembro 2011


Indicações

A sua realização encontra-se indicada para:

  • Investigação da hipertensão do avental branco (valores anormais na medida da PA no consultório e valores normais obtidos pela MAPA durante a vigília)
  • Hipertensão mascarada (pacientes normotensos no consultório com lesões de orgãos-alvo),
  • Avaliação da eficácia terapêutica anti-hipertensiva,
  • Hipertensão episódica (ex: feocromocitoma),
  • Diagnóstico e manejo da hipertensão durante a gravidez,
  • Avaliação de sintomas de hipotensão, disfunção autonômica, dentre outras.

Alguns especialistas recomendam o uso da MAPA para confirmação de um novo diagnóstico de hipertensão em pacientes ambulatoriais apresentando medidas pressóricas elevadas.
Devido aos custos e inconvenientes na sua realização, outros não a recomendam, rotineiramente, para avaliação de pacientes com hipertensão não complicada ou para o rastreamento de hipertensão.


Parâmetros para sua realização

A instalação dos aparelhos deve ser realizada em local apropriado, por pessoal treinado, com equipamentos validados, calibrados e com manguitos adequados à circunferência do braço do paciente, devendo obedecer as normas internacionalmente recomendadas.
Habitualmente é programada para obter medidas pressóricas por períodos de 24 a 48 horas, a cada 15 a 20 minutos durante a vigília e a cada 30 a 60 minutos durante o sono, de forma que ao final da sua realização obtenham-se, ao menos, 16 medidas válidas durante a vigília e 8 durante o sono. As pressões sanguíneas são registradas pelo dispositivo e as médias pressóricas são computadorizadas. Os percentuais das medidas pressóricas acima do limite superior da normalidade também podem ser calculados.


Limitações

As principais limitações para sua realização encontram-se em pacientes portadores de distúrbios do movimento (parkinsonismo), arritmias cardíacas, com valores muito elevados de pressão sistólica ou com braços que não permitam ajustes adequados do manguito.
Além disto, outros fatores limitantes são o custo e o desconhecimento das indicações precisas, da correta realização e interpretação dos resultados. Além disso, o método é ainda uma avaliação em tempo único de fatores variáveis que devem ser seguidos longitudinalmente.


Referências Bibliográficas

  • V Diretrizes de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e III Diretrizes de Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA). Arq. Bras. Cardiol. vol.97 no.3 supl.3 São Paulo, Setembro 2011.[1]
  • COSTA, L.S. et al. Interpretação e limitações da MAPA:análise crítica. Revista da SOCERJ, Rio de Janeiro, v.XV, n.4, p.234-240, 2002.
  • KAPLAN N. M. & TOWNSEND R. R. Ambulatory and home blood pressure monitoring and white coat hypertension in adults. Oct., 2015. Disponível em <www.uptodate.com/store>. Acesso em: 18 nov. 2015, 12:25.
  • WECER M. A., SCHIFFRIN E. L. , WHITE W. BB, et al. Clinical practice guidelines for the management of hypertension in the community a statement by the American Society of Hypertension and the International Society of Hypertension. J Hypertens 2014; 32:3.
  • MANCIA G., FAGARD R., NARKIEWICZ K., et al. 2013 ESH/ESC Guidelines for the management of arterial hypertension: the Task Force for the management of arterial hypertension of the European Society of Hypertension (ESH) and of the European Society of Cardiology (ESC). J Hypertens 2013; 31:1281.
  • PIPER M. A., EVANS C. V., BURDA B. U., et al. Diagnostic and predictive accuracy of blood pressure screening methods with consideration of rescreening intervals: a systematic review for the U.S. Preventive Services Task Force. Ann Intern Med 2015; 162:192.