Monitorização de Sinais Vitais: diferenças entre revisões

Fonte: aprendis
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O modelo do ambiente de monitoramento remoto (Figura 1) é composto pelos seguintes módulos (ANJOS, NOBRE, BARBOSA, 2015):
O modelo do ambiente de monitoramento remoto (Figura 1) é composto pelos seguintes módulos (ANJOS, NOBRE, BARBOSA, 2015):
=== 1 - Monitoramento ===
=== 1 - Monitoramento ===
No módulo de monitoramento, o equipamento de monitorização de dados vitais à distância envia os dados coletados para uma base wireless,  
No módulo de monitoramento, o equipamento de monitorização recebe os dados dos sensores de sinais vitais e envia os dados coletados para uma base wireless, que envia estes dados para o módulo de armazenamento e processamento. A base wireless terá capacidade de armazenar pequenos volumes de dados e disparar alertas quando houver perda de comunicação entre os diversos agentes.
que envia estes dados para o módulo de armazenamento e processamento. A base wireless terá capacidade de armazenar pequenos volumes de dados  
e disparar alertas quando houver perda de comunicação entre os diversos agentes.
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=== 2 - Armazenamento e Processamento ===
=== 2 - Armazenamento e Processamento ===
Módulo responsável pelo armazenamento e processamento das informações coletadas pelo equipamento de monitorização de dados vitais à distância. Este é o módulo central do sistema que utiliza mais recursos computacionais, é responsável pelo:
Módulo responsável pelo armazenamento e processamento das informações coletadas pelo equipamento de monitorização de dados vitais à distância. Este é o módulo central do sistema que utiliza mais recursos computacionais, é responsável pelo:

Revisão das 13h52min de 23 de novembro de 2015


Definição: Monitorização de Sinais Vitais


O monitoramento de sinais vitais é um conjunto de ações que tem o objetivo de monitorar a condição clínica do paciente. Os sinais vitais são medidas que revelam a eficácia das funções corporais: circulatória, respiratória, renal, endócrina, dentre outras; que são reguladas por órgãos vitais e revelam o estado de funcionamento deles. A variação de seus valores pode indicar problemas relacionados com insuficiência ou excesso de consumo de oxigênio, depleção sanguínea, desequilíbrio eletrolítico, invasão bacteriana, etc. Durante a internação de um paciente, o controle dos sinais vitais é básico para monitorar o seu estado de saúde e servem de indicadores para os profissionais de saúde.

Histórico


Já foram realizados alguns estudos com monitorização contínua de pacientes à distância por dispositivos ainda em teste, mas que trouxeram resultados relevantes para o tratamento, como por exemplo, no caso da esclerose múltipla. Vários parâmetros fisiológicos e de movimento foram avaliados por aparelhos que não mudaram a rotina dos pacientes, mesmo que portados por mais de 48h (YU, BILBERG, STENAGER, 2010).

Monitoramento à distância em tempo real também tem sido realizado em pacientes cardiopatas; aparelhos não invasivos em teste enviam mensagem via SMS dos sinais vitais dos pacientes, neste caso a frequência cardíaca, e os dados ficam disponibilizados numa pagina da WEB para a equipe médica assistente, que em posse de login e senha podem acessar os dados e analisá-los (HOFFMANN, SIECZKA, 2009).

Pacientes internados em unidades de tratamento intensivos também já foram monitorados à distância, por aparelhos eletrônicos integrados e não invasivos, para verificar a questão da instabilidade cardiorrespiratória. O aparelho foi utilizado em 326 pacientes e registrou os seguintes sinais vitais: frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial e saturação de oxigênio. Através dessa monitorização integrada contínua concluiu-se que é possível detectar precocemente a instabilidade cardiorrespiratória em pacientes internados em unidades de tratamento intensivo (HRAVNAK, et. al., 2008).

O avanço tecnológico da comunicação móvel, dos dispositivos móveis (smartphones, tablets e notebooks), da computação embarcada e miniaturização dos dispositivos e sensores eletrônicos estão gerando significativos progressos ao desenvolvimento de aplicações na área médica, permitindo a otimização da prestação de serviços aos profissionais de saúde. O aprimoramento da comunicação sem fio (wireless) expandiu as possibilidades de monitoramento e controle dos dispositivos eletromédicos de forma remota, ampliando a mobilidade dos profissionais de saúde. A miniaturização de dispositivos eletrônicos móveis, a maior eficiência de baterias e a redução de consumo de energia dos semicondutores potencializaram o desenvolvimento de inúmeras soluções inovadoras para o monitoramento remoto de pacientes (SOUZA, MESQUITTA, 2015).

Monitoramento Remoto de Pacientes


O monitoramento remoto de pacientes é realizado através da utilização de tecnologias que transmitem e processam os sinais vitais a distancia. O monitoramento à distância de pacientes permite a detecção precoce de alterações nas condições de saúde dos pacientes e viabiliza a intervenção mais precoce da terapia, com bons resultados para diversos tratamentos e potencial impacto positivo em desfechos clínicos apresentados pelos pacientes (ANJOS, NOBRE, BARBOSA, 2015).

Modelo do Ambiente de Monitoramento Remoto


O modelo do ambiente de monitoramento remoto (Figura 1) é composto pelos seguintes módulos (ANJOS, NOBRE, BARBOSA, 2015):

1 - Monitoramento

No módulo de monitoramento, o equipamento de monitorização recebe os dados dos sensores de sinais vitais e envia os dados coletados para uma base wireless, que envia estes dados para o módulo de armazenamento e processamento. A base wireless terá capacidade de armazenar pequenos volumes de dados e disparar alertas quando houver perda de comunicação entre os diversos agentes.

2 - Armazenamento e Processamento

Módulo responsável pelo armazenamento e processamento das informações coletadas pelo equipamento de monitorização de dados vitais à distância. Este é o módulo central do sistema que utiliza mais recursos computacionais, é responsável pelo:

  • Repositório central de dados;
  • Cadastros gerais do sistema de monitoramento (pacientes, dispositivos, regras clínicas, etc.);
  • Gerenciamento das regras de monitorização e alarme;
  • Comunicação entre os módulos;
  • Comunicação com sistemas externos.

3 - Apresentação

No módulo de apresentação, as informações processadas serão exibidas em dispositivo de visualização (computadores, notebook, tablets, smartphone, etc.). Os programas e aplicativos organizam as informações capturadas pela rede de sensores para serem interpretadas mais facilmente pelos profissionais de saúde.

MonitorSinaisVitais.jpg
Figura 1 - Modelo do ambiente de monitoramento

Normas e Legislações


Existem diversas exigências regulatórias para uso de equipamentos e aplicações médicas em seres humanos. Até mesmo os equipamentos protótipos devem atender rigorosos requisitos de segurança para poderem ser testados em pacientes. Devem ser considerados aspectos como ergonomia, segurança, interface que evite erros humanos, além de imunidade e baixa emissão de ruídos eletromagnéticos dos circuitos lógicos, circuitos analógicos, alimentação e transferências de dados dos sistemas médicos (SOUZA, MESQUITTA, 2015).

No Brasil, para comercializar equipamentos e dispositivos para a área de saúde é obrigatório obter um registro na ANVISA. Para isto, a ANVISA exige que o fabricante do produto obtenha um certificado de conformidade técnica emitido por um organismo acreditado pelo INMETRO. A certificação irá comprovar, através de diversos tipos de ensaios em laboratórios credenciados, que o equipamento ou dispositivo eletromédico atende a requisitos técnicos normativos de segurança elétrica, operação, documentação, produção e funcionalidade (SOUZA, MESQUITTA, 2015).

Conclusão


Existem atualmente diversas aplicações baseadas em redes de sensores sem fio que apresentam um bom potencial de uso. Muitas das demandas na área médica já estão sendo atendidas pelos projetos existentes. Nos últimos anos estão sendo desenvolvidos sistemas que permitem o monitoramento de sinais vitais de pacientes, trazendo mais qualidade de vida e melhores resultados no tratamento de saúde. As inúmeras pesquisas dedicadas a este assunto indicam que teremos evoluções significativas nesta área nos próximos anos.

Pode-se concluir que o uso de redes de sensores sem fio na área de saúde é muito promissora. Porém estas aplicações ainda precisam atender a diversos desafios, tais como segurança, privacidade, confiabilidade, normas e legislações, sensibilidade ao contexto, energia, mobilidade e facilidade de uso.

Referências Bibliográficas


. ANJOS, Isabella Santana; NOBRE, JR. Vandack Alencar; BARBOSA, Estevão Lemos. Monitoramento à distancia de temperatura em pacientes neutropênicos com neoplasia hematológica internados no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG): estudo de viabilidade. Projeto de Mestrado. Faculdade de Medicina da UFMG. Belo Horizonte, 2015.

. HOFFMANN, Fabio Gustavo; SIECZKA, JR. Edson Luiz. Monitoramento Remoto e em Tempo Real de Sinais Vitais. Monografia (Graduação). Universidade Positivo Núcleo De Ciências Exatas E Tecnológicas Curso De Engenharia Da Computação. Curitiba, 2009.

. HRAVNAK, Marilyn; EDWARDS, Leslie; CLONTZ, Amy; VALENTA, Cynthia; DEVITA,Michael A.;PINSKY, Michael R.. Defining the Incidence of Cardiorespiratory Instability in Patients in Step-down Units Using an Electronic Integrated Monitoring System. Arch Intern Med. 2008 June 23; 168(12): 1300–1308.

. SOUZA, Alexandre Renato Rodrigues de; MESQUITTA, Francisco Cesar Campbell. Monitoramento de Sinais Vitais. Universidade Federal de Pelotas Curso de Ciência da Computação. REVISTA LUPS, VOL. 2, NO. 1, Março, 2013.

. YU, Fei; BILBERG, Arne; STENAGER, Egon. Wireless Medical Sensor Measurements of Fatigue in Patients with Multiple Sclerosis. 32nd Annual International Conference of the IEEE EMBS, Buenos Aires, Argentina, August 31, September 4, 2010.