ICNP: diferenças entre revisões

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A CIPE® é usada para representar: '''diagnósticos de Enfermagem''' (estado do cliente, problemas, necessidades, potencialidades); '''intervenções de Enfermagem''' (ou ações de enfermagem); e '''resultados de enfermagem''' e pretende-se que o Modelo de Sete Eixos facilite a composição dos mesmos. Estes enunciados podem ser organizados em grupos significativos para a prática de enfermagem e para os Catálogos CIPE®. As orientações para a criação de enunciados com a CIPE® foram desenvolvidas usando a norma da '''International Organization for Standardization''' ([[ISO]]): ''Integração de um Modelo de Terminologia de Referência para a Enfermagem'' (ISO 18104, 2003) [4].
A CIPE® é usada para representar: '''diagnósticos de Enfermagem''' (estado do cliente, problemas, necessidades, potencialidades); '''intervenções de Enfermagem''' (ou ações de enfermagem); e '''resultados de enfermagem''' e pretende-se que o Modelo de Sete Eixos facilite a composição dos mesmos. Estes enunciados podem ser organizados em grupos significativos para a prática de enfermagem e para os Catálogos CIPE®. As orientações para a criação de enunciados com a CIPE® foram desenvolvidas usando a norma da '''International Organization for Standardization''' ([[ISO]]): ''Integração de um Modelo de Terminologia de Referência para a Enfermagem'' (ISO 18104, 2003) [4].
Assim, na utilização do '''Modelo de 7 Eixos da CIPE®''' para criar enunciados de '''diagnósticos de enfermagem''' e '''resultados de enfermagem''', são recomendadas as seguintes diretrizes [4]:  
Assim, na utilização do '''Modelo de 7 Eixos da CIPE®''' para criar enunciados de '''diagnósticos de enfermagem''' e '''resultados de enfermagem''', são recomendadas as seguintes diretrizes [4]:
1) deve incluir um termo do Eixo do Foco;  
1) deve incluir um termo do Eixo do Foco;  
2) deve incluir um termo do Eixo do Juízo;  
 
2) deve incluir um termo do Eixo do Juízo;
3) pode incluir termos adicionais, conforme o necessário, dos eixos do Foco, Juízo ou de outros eixos.
3) pode incluir termos adicionais, conforme o necessário, dos eixos do Foco, Juízo ou de outros eixos.
Na utilização do Modelo de Sete Eixos da CIPE® para criar enunciados de '''intervenções de enfermagem''', são recomendadas as seguintes diretrizes [4]:  
Na utilização do Modelo de Sete Eixos da CIPE® para criar enunciados de '''intervenções de enfermagem''', são recomendadas as seguintes diretrizes [4]:  
1) deve incluir um termo do Eixo da Acão;  
1) deve incluir um termo do Eixo da Acão;  
2) deve incluir pelo menos um termo Alvo (um termo alvo pode ser um termo de qualquer eixo exceto do Eixo do Juízo);  
2) deve incluir pelo menos um termo Alvo (um termo alvo pode ser um termo de qualquer eixo exceto do Eixo do Juízo);  
3) pode incluir termos adicionais, conforme necessário, do eixo da Ação ou de qualquer outro eixo.
3) pode incluir termos adicionais, conforme necessário, do eixo da Ação ou de qualquer outro eixo.



Revisão das 01h09min de 7 de junho de 2015

ICNP
Designação International Classification For Nursing Practice (ICNP®)
Sigla
Ano de Criação 1995
Entidade Criadora International Council of Nurses (ICN)
Entidade Gestora International Council of Nurses (ICN)
Versão Atual Versão 2
Área(s) de Aplicação Registo clínico; Recuperação, agregação e análise de dados; Apoio à decisão e indexação; Ferramentas de terminologia


DEFINIÇÃO

A International Classification For Nursing Practice (ICNP) ou, em português, Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) é desenvolvida pelo Conselho Internacional de Enfermeiros (International Council of Nurses – ICN) [1] e consiste numa terminologia formal para a prática de enfermagem. Fornece um quadro em que os vocabulários e classificações existentes podem ser cruzados/mapeados para permitir a comparação dos dados de enfermagem [2], constituindo-se numa terminologia padronizada que permite suportar a prática de enfermagem e a assistência aos doentes em todo o mundo [3]. Enquanto quadro de referência unificador, a CIPE® pode cruzar-se com outras terminologias para expandir os conjuntos de dados. Os resultados dos cuidados prestados aos doentes ou clientes podem ser avaliados relativamente aos diagnósticos e às intervenções de Enfermagem, de modo a que aquilo que os enfermeiros fazem e aquilo que faz diferença nos resultados do doente ou cliente possa ser avaliado quantitativamente e comparado entre pontos de prestação de cuidados em todo o mundo [4].


OBJETIVOS

Os objetivos foram definidos numa proposta inicial do ICN (1991), continuam a dirigir o programa da CIPE e são indicativos da sua importância. Assim, os objetivos são [2]:

  • Estabelecer uma terminologia para descrever a prática de enfermagem, no sentido de melhorar a comunicação “entre enfermeiros” e entre “os enfermeiros e os outros”;
  • Descrever os cuidados de enfermagem às pessoas (indivíduos, famílias e comunidades) em vários cenários, tanto institucionais como não-institucionais;
  • Permitir a comparação dos dados de enfermagem em todas as populações clínicas, em todos os cenários, em diferentes áreas geográficas e em vários espaços temporais;
  • Demonstrar ou projetar tendências na prestação de tratamentos e cuidados de enfermagem e a alocação de recursos a doentes, de acordo com suas necessidades com base em diagnósticos de enfermagem;
  • Estimular a pesquisa em enfermagem através de links para os dados disponíveis nos Sistemas de Informação em Enfermagem e Sistemas de Informação em Saúde
  • Fornecer dados sobre a prática de enfermagem no sentido de influenciar a elaboração de políticas de saúde.


MODELO DE SETE EIXOS DA CIPE®

A CIPE® desenvolveu-se ao longo de várias versões. O desenvolvimento da Versão 1.0 permitiu a transição das duas classificações de oito eixos para um modelo de sete eixos. A nova estrutura simplificou imenso a representação e isso resolveu, em larga medida, a redundância e ambiguidade inerentes à versão Beta 2 [4].

  • Foco: área de atenção relevante para a Enfermagem;
  • Juízo: opinião clínica ou determinação relativamente ao foco da prática de Enfermagem;
  • Recursos: forma ou método de concretizar uma intervenção;
  • Acão: processo intencional aplicado a/ou desempenhado por um cliente;
  • Tempo: o ponto, período, instante, intervalo ou duração de uma ocorrência;
  • Localização: orientação anatómica ou espacial de um diagnóstico ou intervenção;
  • Cliente: sujeito a quem o diagnóstico se refere e que é o beneficiário da intervenção.


ORIENTAÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DE ENUNCIADOS COM A CIPE®

A CIPE® é usada para representar: diagnósticos de Enfermagem (estado do cliente, problemas, necessidades, potencialidades); intervenções de Enfermagem (ou ações de enfermagem); e resultados de enfermagem e pretende-se que o Modelo de Sete Eixos facilite a composição dos mesmos. Estes enunciados podem ser organizados em grupos significativos para a prática de enfermagem e para os Catálogos CIPE®. As orientações para a criação de enunciados com a CIPE® foram desenvolvidas usando a norma da International Organization for Standardization (ISO): Integração de um Modelo de Terminologia de Referência para a Enfermagem (ISO 18104, 2003) [4]. Assim, na utilização do Modelo de 7 Eixos da CIPE® para criar enunciados de diagnósticos de enfermagem e resultados de enfermagem, são recomendadas as seguintes diretrizes [4]:

1) deve incluir um termo do Eixo do Foco;

2) deve incluir um termo do Eixo do Juízo;

3) pode incluir termos adicionais, conforme o necessário, dos eixos do Foco, Juízo ou de outros eixos.

Na utilização do Modelo de Sete Eixos da CIPE® para criar enunciados de intervenções de enfermagem, são recomendadas as seguintes diretrizes [4]:

1) deve incluir um termo do Eixo da Acão;

2) deve incluir pelo menos um termo Alvo (um termo alvo pode ser um termo de qualquer eixo exceto do Eixo do Juízo);

3) pode incluir termos adicionais, conforme necessário, do eixo da Ação ou de qualquer outro eixo.


CATÁLOGOS CIPE®

Os catálogos CIPE® colmatam uma necessidade prática na construção de sistemas de informação de saúde ao descreverem os diagnósticos, resultados e intervenções de Enfermagem apropriadas para áreas particulares de cuidados [4]. Os catálogos CIPE® fornecem subconjuntos da CIPE® aos enfermeiros que trabalham com clientes com prioridades de saúde selecionadas. Em 2008, disponibilizaram-se as «Linhas de Orientação para a Elaboração de Catálogos CIPE®» para uso a nível mundial [4]. Os catálogos podem ser dirigidos a quadros clínicos ou diagnósticos médicos (por ex. diabetes), especialidades ou serviços (por ex. Enfermagem na comunidade) ou resultados dos clientes que sejam sensíveis a intervenções de Enfermagem (por ex. adesão) [4].


TRADUÇÕES

As traduções são essenciais para a implementação da CIPE® na prática e são, geralmente, realizadas numa base de voluntariado, pelos enfermeiros, em cooperação com a Associação Nacional de Enfermagem. No início de qualquer projeto de tradução, o ICN pede que o Programa CIPE® seja contactado para que a permissão para traduzir a CIPE® possa ser concedida e um "Acordo de Tradução" possa ser assinado. As “Translation Guidelines for International Classification for Nursing Practice (ICNP®)” fornecem informações conceptuais sobre a tradução, os métodos de tradução e as equivalências transculturais [5].


PERMISSÃO PARA USO DA CIPE®

O copyrighted da CIPE® é detido pelo ICN que está interessado em facilitar o acesso à CIPE® e promover a sua utilização. Qualquer uso da CIPE®, seja ele comercial ou não, requer a assinatura de um acordo que autoriza o seu uso pelo que todos aqueles que desejam utilizar a CIPE®, qualquer que seja a finalidade, necessitam da permissão do ICN [6].


MANUTENÇÃO DA CIPE®

A manutenção e atualização contínua da CIPE® são de importância crucial para garantir que a terminologia representa o domínio da Enfermagem de forma fiável e exata. A CIPE® é lançada a cada dois anos, para coincidir com o Congresso ou Conferência do ICN. O lançamento faz-se através dos recursos web do ICN, considerando-se o uso de outros meios conforme necessário [4].


DIVULGAÇÃO DA CIPE®

As publicações internas do ICN relativas à CIPE® incluem um Boletim da CIPE® bianual, linhas de orientação, catálogos, contagens decrescentes, comunicados de imprensa, entre outros materiais [4].


ENSINO DA CIPE®

O ensino da CIPE® tem lugar através de consultadorias, parcerias, colaborações no local de trabalho, conferências, entre outros [4].


CENTROS DE INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA CIPE® ACREDITADOS PELO ICN

Um Centro do ICN é uma instituição, faculdade, departamento, associação nacional ou outro grupo que cumpra os critérios do ICN e tenha sido nomeado pelo ICN como um Centro de Investigação e Desenvolvimento. Os Centros ICN com áreas de investigação semelhantes estão organizados num consórcio [4]. As vantagens de ser um Centro Acreditado pelo ICN para a Investigação e Desenvolvimento da CIPE® incluem o reconhecimento internacional e oportunidades de colaboração através da participação no Consórcio de Centros CIPE® [4]. O Centro de Investigação e Desenvolvimento em Sistemas de Informação em Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem do Porto - Portugal (CIDESI-ESEP) foi acreditado pelo ICN em Agosto de 2010 (ICN Accredited Centre for ICNP® Research & Development) [4].


SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE QUE UTILIZAM A CIPE®

O SClínico (SClínico) é um software evolutivo, desenvolvido pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), que une o Sistema de Apoio ao Médico (SAM) e o Sistema de Apoio à Prática de Enfermagem (SAPE), de forma a existir uma aplicação única comum a todos os prestadores de cuidados de saúde. A aplicação mantém as funções dos “velhos” softwares, organizadas dentro de um novo layout gráfico que facilita a usabilidade da aplicação [7]. Outros sistemas de informação em saúde que utilizam a CIPE® são: ACOS AS; ALERT®; Glintt; Grupo A; HP Enterprise Services Portugal , Lda.; Siemens; entre outros [8].

Referências

[1] J. J. Warren and A. Coenen, “International classification for nursing practice (ICNP): Most-frequently Asked Questions,” J. Am. Med. Inform. Assoc., vol. 5, no. 4, pp. 335–336, 1998.

[2] ICN - International Council of Nurses, “International Council of Nurses (ICN) International Classification For Nursing Practice (ICNP ®) - Information Sheet,” 2014.

[3] ICN - International Council of Nurses, “Technical Implementation Guide - International Classification for Nursing Practice (ICNP®),” Swi, 2014.

[4] ICN - International Council of Nurses, CIPE® Versão 2011 - Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem. 2014.

[5] ICN - International Council of Nurses, “ICNP® Translations,” 2015. [Online]. Available: http://www.icn.ch/what-we-do/icnpr-translations/.

[6] ICN - International Council of Nurses, “Permission to Use ICNP®,” 2015. [Online]. Available: http://www.icn.ch/what-we-do/permission-to-use-icnpr/.

[7] E. P. E. SPMS - Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, “Hospitais do norte e centro são os primeiros a usar o SClínico,” 2013. [Online]. Available: http://spms.min-saude.pt/blog/2013/10/24/hospitais-do-norte-e-centro-sao-os-primeiros-a-usar-o-sclinico/.

[8] ICN - International Council of Nurses, “Implementing ICNP®,” 2014. [Online]. Available: http://www.icn.ch/what-we-do/health-information-systems-using-icnpr/.

Links Externos