Potencial da Telemedicina Dentária no Diagnóstico Oral Infantil: diferenças entre revisões

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Edição atual desde as 15h17min de 12 de maio de 2016

Potencial da Telemedicina Dentária no Diagnóstico Oral Infantil
Autor Rui José de Oliveira Amável Morais
Orientador Ricardo João Cruz Correia
Co-Orientador José Frias Bulhosa
Data de Entrega 2010
URL http://hdl.handle.net/10216/45739
Palavras-chave Odontopediatria, Diagnóstico remoto, Telediagnóstico
Resumo

Introdução: A cárie dentária é uma doença muito comum na infância e representa um sério problema em odontopediatria. Efectivamente, se não for tratada, a cárie dentária evolui podendo implicar várias consequências negativas para a criança, nomeadamente na fala e mastigação, ou mesmo até afectar a sua auto-estima. Em Portugal, a prevalência de cárie dentária em crianças com apenas 6 anos de idade é aproximadamente de 50%, e a maioria das mesmas só iniciam as consultas médicodentárias depois dessa idade. Para além da cárie, problemas de carácter ortodôntico podem igualmente ocorrer com frequência em crianças com idade pré-escolar. No sentido de reverter esta tendência, o diagnóstico remoto apresenta-se como um recurso a explorar no sentido de proporcionar o cedo diagnóstico, alertando para o tratamento atempado para que desse modo as crianças possam manter um adequado estado da sua saúde oral. O desenvolvimento do telediagnóstico poderia assim beneficiar significativamente os cuidados de saúde oral, diminuindo custos e tempo associados às deslocações e aumentando o acesso aos serviços médico-dentários.


Objectivo: Avaliar a validade da telemedicina dentária no diagnóstico remoto dos problemas médico-dentários mais comuns em crianças, baseado na observação de fotografias orais não-invasivas e utilizando tecnologia acessível e de baixo custo.


Métodos: Para o efeito, foi desenvolvido e testado um projecto de telemedicina dentária para rastreio remoto médico-dentário. Foram efectuadas 3 fotografias por cada uma das 66 crianças envolvidas no projecto para posterior análise remota por 4 médicos dentistas. Cada médico dentista preencheu um questionário “on-line” por cada criança, identificando como conclusão quais as que deveriam ser encaminhadas para tratamento médico-dentário. As mesmas crianças foram previamente observadas presencialmente, através do exame médico-dentário tradicional, que foi usado como “gold standard” neste estudo. Os dados relativos aos dois diferentes métodos de diagnóstico foram posteriormente comparados e analisados estatisticamente.


Resultados: Os resultados apresentaram uma taxa de acerto média de 85%. Os valores de sensibilidade situaram-se entre os 94% e os 100% (98% de média) e os de especificidade entre 52% e 100% (média de 73%). O valor preditivo positivo situou-se entre 67% e 100% e o valor preditivo negativo entre 94% e 100%.


Discussão e conclusão: Os resultados sugerem que o diagnóstico remoto dos problemas médico-dentários mais comuns em crianças com idade pré-escolar baseada em fotografias não-invasivas, constitui um recurso válido principalmente quando pretendemos identificar as crianças que não necessitam de ser encaminhadas a um Médico Dentista para tratamento dos problemas orais. Idealmente, mais estudos deverão ser realizados no sentido de aumentar a validade deste processo quando o pretendido for identificar aquelas que precisam ser encaminhadas para idêntico procedimento. A alta taxa de acerto média verificada sugere que este método de Telemedicina dentária apresenta potencial para ser utilizado em prol do diagnóstico oral infantil.