Grupos de Diagnósticos Homogéneos: diferenças entre revisões
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Qualquer sistema de classificação é um método para atribuir objetos a um número finito de classes , de acordo com um objetivo pré-definido. Os Grupos de Diagnósticos Homogéneos (GDH) constituem um sistema de classificação de doentes internados em hospitais de agudos que agrupa doentes em grupos clinicamente coerentes e similares do ponto de vista do consumo de recursos. Permite definir operacionalmente os produtos de um hospital, que mais não são que o conjunto de bens e serviços que cada doente recebe em função das suas necessidades e da patologia que o levou ao internamento e como parte do processo de tratamento definido. | Qualquer sistema de classificação é um método para atribuir objetos a um número finito de classes , de acordo com um objetivo pré-definido. Os Grupos de Diagnósticos Homogéneos (GDH) constituem um sistema de classificação de doentes internados em hospitais de agudos que agrupa doentes em grupos clinicamente coerentes e similares do ponto de vista do consumo de recursos. Permite definir operacionalmente os produtos de um hospital, que mais não são que o conjunto de bens e serviços que cada doente recebe em função das suas necessidades e da patologia que o levou ao internamento e como parte do processo de tratamento definido. | ||
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===História=== | |||
O sistema de classificação de doentes em GDH foi originalmente desenhado no final da década de 60, inicio dos anos 70 por uma equipa da Universidade de Yale, liderada pelo professor Robert B. Fetter, engenheiro industrial. O primeiro objectivo foi o de classificar doentes em grupos relativamente homogéneos do ponto de vista das características clínicas e do consumo associado de recursos, de forma a possibilitar a identificação de outliers. Constitui desde 1983, a base do financiamento do Medicare norte americano dos doentes internados em hospitais de agudos. | |||
Em 1984 iniciou-se um projecto no Ministério da Saúde, destinado a estudar a viabilidade da implementação deste sistema em Portugal. O projecto resultou de um contrato entre o Ministério da Saúde Português e a U.S. Agency for Internantional Development. Para os estudos de adaptação do modelo americano à realidade portuguesa, este projecto contou com a consultadoria do Health Systems Manegement Group, sob direcção do Prof. Robert Fetter da Universidade de Yale, e da empresa norte-americana Solon Consulting Group Ltd, (entretanto adquirida pela 3M norte-americana), sob direcção do Prof. James Vertrees. | |||
Em 1989, foram efectuados os primeiros testes de utilização de GDH como base do financiamento do internamento hospitalar. Com a Circular Normativa nº1/89 do Gabinete do Sr. Secretário de Estado da Saúde, a classificação de doentes em GDH generalizou-se e tornou-se obrigatória, sendo as primeiras tabelas de preços de GDH a praticar pelo SNS aprovadas pela Portaria 409/90 de 31 de Maio. Foi precisamente em 1990 que o conceito de casemix obtido através dos GDH foi utilizado pela primeira vez para cálculo do financiamento do internamento dos hospitais do SNS. | |||
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Revisão das 17h52min de 17 de abril de 2016
Os Grupos de Diagnósticos Homogéneos como Sistema de Classificação de Doentes
Definição
Qualquer sistema de classificação é um método para atribuir objetos a um número finito de classes , de acordo com um objetivo pré-definido. Os Grupos de Diagnósticos Homogéneos (GDH) constituem um sistema de classificação de doentes internados em hospitais de agudos que agrupa doentes em grupos clinicamente coerentes e similares do ponto de vista do consumo de recursos. Permite definir operacionalmente os produtos de um hospital, que mais não são que o conjunto de bens e serviços que cada doente recebe em função das suas necessidades e da patologia que o levou ao internamento e como parte do processo de tratamento definido.
A cada grupo é associado um peso relativo, ie, um coeficiente de ponderação que reflecte o custo esperado com o tratamento de um doente típico agrupado nesse GDH, expresso em termos relativos face ao custo médio do doente típico a nível nacional. O índice de casemix de um hospital resulta assim do rácio entre o número de doentes equivalentes ponderados pelos pesos relativos dos respectivos GDH e o número total de doentes equivalentes.
Esta classificação possibilita avaliar a performance de um hospital relativamente ao nível de consumo de recursos, o que seria impossível, recorrendo apenas à análise de um histórico ou por comparação com outros hospitais.
História
O sistema de classificação de doentes em GDH foi originalmente desenhado no final da década de 60, inicio dos anos 70 por uma equipa da Universidade de Yale, liderada pelo professor Robert B. Fetter, engenheiro industrial. O primeiro objectivo foi o de classificar doentes em grupos relativamente homogéneos do ponto de vista das características clínicas e do consumo associado de recursos, de forma a possibilitar a identificação de outliers. Constitui desde 1983, a base do financiamento do Medicare norte americano dos doentes internados em hospitais de agudos.
Em 1984 iniciou-se um projecto no Ministério da Saúde, destinado a estudar a viabilidade da implementação deste sistema em Portugal. O projecto resultou de um contrato entre o Ministério da Saúde Português e a U.S. Agency for Internantional Development. Para os estudos de adaptação do modelo americano à realidade portuguesa, este projecto contou com a consultadoria do Health Systems Manegement Group, sob direcção do Prof. Robert Fetter da Universidade de Yale, e da empresa norte-americana Solon Consulting Group Ltd, (entretanto adquirida pela 3M norte-americana), sob direcção do Prof. James Vertrees.
Em 1989, foram efectuados os primeiros testes de utilização de GDH como base do financiamento do internamento hospitalar. Com a Circular Normativa nº1/89 do Gabinete do Sr. Secretário de Estado da Saúde, a classificação de doentes em GDH generalizou-se e tornou-se obrigatória, sendo as primeiras tabelas de preços de GDH a praticar pelo SNS aprovadas pela Portaria 409/90 de 31 de Maio. Foi precisamente em 1990 que o conceito de casemix obtido através dos GDH foi utilizado pela primeira vez para cálculo do financiamento do internamento dos hospitais do SNS.
Organização dos GDH
Em suma, os Grupos de Diagnósticos Homogéneos (GDH), são um sistema de Classificação de doentes agudos internados, que permite definis, operacionalmente, os produtos de um hospital. Atualmente a versão adotada em Portugal contém 471 grupos, dos quais 468 representam casos concretos, definidos de acordo com uma ou mais das seguintes variáveis:
- Diagnóstico Principal;
- Intervenções cirúrgicas;
- Diagnósticos secundários (patologias associadas e complicações);
- Idade;
- Sexo;
- Destino após alta.
Estes parâmetros caracterizam os doentes tratados e explicam