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'''TRIAGEM NEONATAL- TESTE DO PEZINHO (NUPAD-UFMG)''' | |||
Revisão das 18h42min de 10 de outubro de 2016
Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico | |
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Designação | Programa Estadual de Triagem Neonatal |
Sigla | PTN-MG |
Ano de Criação | 2001 |
Entidade Criadora | NUPAD |
Entidade Gestora | |
Versão Atual | |
Área(s) de Aplicação | Educação |
TRIAGEM NEONATAL- TESTE DO PEZINHO (NUPAD-UFMG)
1-'CONTEXTUALIZAÇÃO
O Programa Estadual de Triagem Neonatal (PETN-MG), coordenado pelo Núcleo de ações e Pesquisa em apoio ao Diagnóstico (NUPAD), foi criado em 1993 e pertence à Faculdade de Medicina da universidade Federal de Minas Gerais. No ano de 2001, o Ministério da Saúde – através da Portaria GM/MS n.º 822 – incluiu o Programa Nacional de Triagem Neonatal como política de saúde pública extremamente importante para detecção precoce de doenças congênitas. Esse programa trabalha com uma meta de cobertura de 100% dos nascidos vivos no país e tem o intuito de criar uma base de dados nacional sobre o assunto.
A Triagem Neonatal é uma estratégia de diagnóstico precoce de grande valor para a população, que permite a detecção de doenças - metabólicas, genéticas e infecciosas - muitas vezes com sintomas perceptíveis apenas em exame médico nos primeiros dias de vida do recém-nascido. Dessa forma, é possível garantir intervenção médica com a urgência necessária nas crianças portadoras de algumas doenças antes do surgimento de sequelas irreversíveis (MINISTERIO DA SAÚDE, 2016). Sendo assim, a Triagem Neonatal é um método de destaque para o requisito de saúde do IDH. O diagnóstico precoce possibilita um aumento no tempo e qualidade de vida das crianças detectadas pelo Programa.
2-O TESTE DO PEZINHO
O exame de triagem neonatal é um exame realizado em laboratório a partir de amostras de sangue retiradas do calcanhar do recém-nascido e colhidas em papel filtro. A coleta do sangue l deve ser realizada entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê .Este exame indica se a criança possui alguma alteração que possa sugerir o diagnóstico de uma doença de origem genética grave ou que se desenvolveu no período fetal (congênita).
A partir da triagem neonatal, o recém-nascido com suspeita para alguma dessas doenças passa por exames confirmatórios. Caso o diagnóstico seja confirmado, a criança começa a receber os cuidados médicos necessários antes da ocorrência de mortes e do aparecimento de sequelas graves e sem chances de cura.
O Nupad é o responsável pela realização destes exames, sendo estes oferecidos para todas as crianças nascidas nos 853 municípios de Minas Gerais de forma gratuita, independentemente de condição social (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016)
Atualmente, o Estado realiza a triagem neonatal para seis doenças:
• hipotireoidismo congênito • fenilcetonúria • doença falciforme • fibrose cística • deficiência de biotinidase • hiperplasia adrenal congênita
O NUPAD foi cadastrado desde 2001 como Serviço de Referência em Triagem Neonatal do Estado pelo Ministério da Saúde. Atualmente, mais de cinco milhões de recém-nascidos já foram triados pelo PTN-MG (Figura 1) e quase 5 mil crianças estão em acompanhamento e tratamento para as doenças diagnosticadas (NUPAD, 2016).
Figura 1 – Quantidade de crianças triadas por doença até 31/01/2016
Fonte: Nupad (2016)
O fluxo da triagem neonatal se inicia quando aproximadamente 3 mil unidades básicas de saúde (UBS) em todo Estado, enviam, pelo correio, amostras de sangue armazenadas em papel-filtro para o Nupad. Assim, são realizados procedimentos laboratoriais para a triagem das seguintes doenças: Hipotireoidismo congênito, Fenilcetonúria, Doença falciforme, Fibrose cística, Deficiência de biotinidase e Hiperplasia adrenal congênita. Em média, são recebidas mais de 20 mil amostras de sangue por mês, o que representa, por dia, cerca de mil amostras processadas para cada uma das seis doenças citadas - totalizando seis mil dosagens diárias (NUPAD, 2016).
Após a realização dos exames, a criança identificada como positiva passa a ser acompanhada e tratada pela Rede de Atenção à Saúde no âmbito do PTN-MG, conforme Figura 2.
O Nupad tem papel importante na implementação dessa estratégia, pois realiza o monitoramento dos processos da triagem neonatal realizados nos municípios e o acompanhamento do tratamento das crianças diagnosticadas, por meio de contato diário com as Unidades Básicas de Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde de todo o Estado. Esse monitoramento é viabilizado através de aproximadamente quatorze mil contatos telefônicos por mês, gerando alto custo de telefonia (ligações DDD) e necessitando de um grande número de profissionais para execução dessa tarefa.
'3-INFORMATIZAÇÃO DO SISTEMA
Atualmente, grande parte dos resultados dos exames feitos pelo Nupad já é fornecida pelo portal da instituição, permitindo um meio de comunicação informatizado com todo o Estado. O portal recebe cerca de oitocentos acessos diários de UBS e esses acessos são feitos por diferentes profissionais das Unidades Básicas de Saúde de diferentes municípios do Estados, o que pode gerar diferenças no uso de um sistema de informação.
Sendo assim, é importante a utilização de ferramentas de automação e inteligência para melhoria no processo de tomada de decisões, aperfeiçoamento e controle do PTN-MG. A base de dados transacional do Programa conta com mais de cinco milhões de registros e pode causar lentidão nos quase oitocentos acessos diários que já são feitos pelas UBS. Para garantir a eficiência do Programa, o sistema de informação deverá conter dados em tempo real da base de dados transacional e dados históricos de indicadores provindos de um Data warehouse (OLIVEIRA 2016)
O PTN-MG já possui um sistema de informação (SI) interno que é robusto e que automatiza praticamente todo o processo da triagem neonatal no Estado de Minas Gerais. Foram feitos investimentos significativos para o desenvolvimento de sistemas transacionais que são muito eficientes e permitem um controle que é referência nacional. Porém, ao manipular um volume de dados de praticamente todo o Estado, a geração de informações para tomada de decisão tem se tornado um processo burocrático e custoso para a instituição. O Nupad possui setores de tecnologia da informação e gestão da informação para gerar e manipular informações estratégicas que contribuam para o processo decisório. Além disso, percebe-se uma oportunidade de expansão desse SI interno para utilização em nível Estadual, possibilitando, assim, maior eficácia de um Programa que já é eficiente. A redução dos custos operacionais também é um fator importante para a manutenção de Programas de saúde pública.
Indicador do Programa
Valor
Percentual de cobertura atual dos nascidos-vivos do Estado 92%
Total de crianças triadas (até 31/01/2016) 5.415.301
Total de crianças em acompanhamento ambulatorial (até 31/01/2016) 5.452
Observa-se que um SIS deve servir para gerenciar as informações que os profissionais de saúde precisam durante as suas atividades, facilitando a comunicação, integrando e coordenando as ações entre os múltiplos membros das equipes profissionais (OLIVEIRA, 2016).
Em se tratando de Brasil, destaca-se o uso dos SIS, na esfera de saúde pública, possibilitando uma gestão mais qualificada com o intuito de apoiar os gestores no momento de planejamento das políticas públicas. Contudo, esses sistemas frequentemente são focados em controle orçamentário e repasses financeiros de nível central (OLIVEIRA 2016).
4-IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO - SISNEO
O SISNEO é o novo sistema de informação do Nupad. Em vigor desde 25 de março DE 2014, o software é destinado às ações de triagem neonatal, incluindo o fluxo laboratorial e de controle do tratamento.
Com plataformas modernas de desenvolvimento, que representam um avanço em relação ao sistema antigo, ele é um produto do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) do Ministério da Saúde e foi elaborado durante dois anos em parceria com o Nupad. O SISNEO é totalmente parametrizado, pode se comunicar com a maioria dos equipamentos laboratoriais utilizados atualmente e foi projetado para ter um índice mínimo de manutenção.
O novo sistema será fornecido pelo Ministério da Saúde a todos os Estados que tiverem interesse: “Para isso, durante o processo de desenvolvimento, várias regiões foram visitadas a fim de se elaborar um produto que pudesse atender a todos, sem a necessidade de muitos ajustes”. O SISNEO enviará dados para um módulo central do DATASUS.
O Sisneo, produto do PNTN elaborado em parceria com o Nupad, está em vigor desde 2014 e destina-se às ações de triagem neonatal, incluindo a integração dos dados laboratoriais e de monitoramento do cuidado. Segundo a responsável pelo PNTN, Tânia Marini, desde o início do Programa, em 2001, os estados foram orientados a desenvolver ferramentas informatizadas para controlar a grande quantidade de dados da triagem neonatal. Alguns estados criaram os recursos, mas outros não tiveram essa possibilidade. A proposta é, portanto, disponibilizar a eles a implantação do Sisneo e a capacitação no sistema, ações que serão feitas em parceria com o Nupad. Haverá uma ferramenta para que se possa ter no Ministério da Saúde um dado de controle mais fiel, a qualidade da informação vai ser mais acurada e fidedigna (NUPAD,2016).
A partir do Sisneo, os dados laboratoriais e de monitoramento do cuidado da triagem neonatal são enviados para um módulo central do DATASUS – o departamento de informática do Sistema Único de Saúde (SUS), o que permite um controle completo por parte do PNTN. Além de possibilitar uma integração total dessas informações, o novo sistema de informação oferece flexibilidade para se adequar a diferentes fluxos de trabalho na triagem neonatal e interface com praticamente todos os equipamentos laboratoriais.
DIAGRAMA SISNEO
Referencias Bibliográficas'
Oliveira JC. FATORES DETERMINANTES DO USO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE: UM ESTUDO INTEGRADO DOS MODELOS TAM E TT. Dissertação de Mestrado. Fumec. 2016
NUPAD. Programa de Triagem Neonatal (PTN): http://www.nupad.medicina.ufmg.br/ , acesso em 06/10/2016.
Brasil. Ministério da Saúde. Manual de Normas Técnicas e Rotinas Operacionais do Programa Nacional de Triagem Neonatal. Secretaria de assistência à saúde. Brasilia. DF. 2002