Aplicativos para Educação em Saúde: diferenças entre revisões

Fonte: aprendis
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
Linha 21: Linha 21:
no Brasil por meio do Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005 (2):
no Brasil por meio do Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005 (2):


'''Decreto Nº 5.622, 19 dezembro 2005''' [http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5622.htm]


''" Art. 1° Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a Educação a Distância como modalidade  
''" Art. 1° Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a Educação a Distância como modalidade  

Revisão das 19h16min de 10 de outubro de 2016

Aplicativos para Educação em Saúde
Designação Educação à Distância
Sigla EAD
Ano de Criação Marco Inicial 1728 - Caleb Philipps
Entidade Criadora
Entidade Gestora
Versão Atual
Área(s) de Aplicação Educação

EAD Saude.jpg


Introdução

A educação à distância (EAD) é uma modalidade educacional que difere da educação convencional ou presencial. Essa modalidade de ensino é caracterizada pelo uso de tecnologias de informação e comunicação, onde alunos e professores interagem entre si, de forma virtual, podendo ainda acontecer no formato semipresencial, casos em que ocorrem encontros para troca de experiências, aprofundamento de estudos e ou atividades avaliativas (1). O conceito de EAD é definido oficialmente no Brasil por meio do Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005 (2):

Decreto Nº 5.622, 19 dezembro 2005 [1]

" Art. 1° Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a Educação a Distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos."


A definição da Educação a Distância é complementada pelo primeiro parágrafo do mesmo artigo, onde é evidenciado que esta deve ter obrigatoriamente momentos presenciais, como se segue:


§ 1° - A Educação a Distância organiza-se segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares, para as quais deverá estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais para:


  • I – avaliações de estudantes;
  • II – estágios obrigatórios, quando previstos na legislação pertinente;
  • III – defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando previstos na legislação pertinente e
  • IV – atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso.


A demanda crescente por educação é resultado não somente da expansão populacional, mas, sobretudo das melhorias do acesso à educação pelas classes trabalhadoras, simultaneamente com a evolução dos conhecimentos científicos e tecnológicos está exigindo mudanças em nível da função e da estrutura da escola e da universidade (3).


Em concordância com esse fato, a Educação a Distância converte-se num instrumento essencial para a criação de oportunidades, uma vez que muitos indivíduos, apoderando-se desta modalidade de ensino, podem concluir um ensino superior de qualidade e almejar novas oportunidades profissionais (4).


De acordo com Litwin, a evolução deste tipo de ensino serviu para implementar os projetos educacionais das mais diversas vertentes e para as mais complexas situações, tais como: cursos profissionalizantes, capacitação para o trabalho ou divulgação científica, campanhas de alfabetização e também estudos formais em todos os níveis e campos do sistema educacional (5).


Breve Histórico

O primórdio da educação à distância aconteceu em 1728, através do curso de aprendizagem e tutoria por correspondência, oferecido pelo Caleb Philipps, professor do “New Method of Short Hand”. Este curso foi anunciado pela Gazeta de Boston, edição de 20 de março do mesmo ano (6) (7) (8).

Gazeta de Boston

" Persons in the Country desirous to Learn this Art, may by having the several Lessons sent weekly to them, be as perfectly instructed as those that live in Boston."


Há quase exatos cem anos após o anúncio em Boston, o Instituto Líber Hermondes, na Suécia, disponibilizou a modalidade à distância para mais de 150 mil pessoas. Onze anos depois, em 1840, foi inaugurada no Reino Unido, a Faculdade Sir Isaac Pitman (foto) , escola pioneira na Europa na mesma modalidade.

Isaac Pitman

Com o passar dos anos, outras localidades aprimoraram a oferta de educação à distância, até que em 1969 e 1985 foram criadas a Universidade Aberta no Reino Unido e a Associação Europeia das Escolas por Correspondência, respectivamente.

No Brasil, em 1976, foi criado o Sistema Nacional de Teleducação. A Universidade de Brasília, a primeira universidade brasileira a oferecer a modalidade à distância para o ensino superior, criou em 1979, cursos por jornais e revistas. Em 2005, o Ministério da Educação inaugurou a Universidade Aberta do Brasil, através da parceria entre estados e municípios (9).


Educação à Distância em Saúde

O desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, ao longo dos anos, vem possibilitando o surgimento de novas alternativas para os processos de ensino-aprendizagem à distância. Assim, a educação à distância vem constituindo-se uma ferramenta de grande importância para levar o conhecimento para grandes contingentes de alunos, sem afetar a qualidade metodológica dos serviços oferecidos (10).

As conquistas de novas tecnologias, disponibilizadas por meio de textos, vídeos, imagens, sons, etc, possibilitam o desenvolvimento de metodologias de ensino que beneficiarão os alunos de cursos da área da saúde, tanto na modalidade à distância como em encontros presenciais (11).

O sucesso da comunicação de informações sobre saúde parece advir da democratização do acesso à informação promovida pela internet. Essa rede mundial de disponibilização de dados, possibilita o acesso ao conhecimento por pessoas de diferentes faixas etárias, localidades, etnias, renda e escolaridade (12).

O ambiente virtual de aprendizagem (AVA) oferece interação entre aprendizes, abrangendo ferramentas para atuação independente, além de disponibilizar recursos para aprendizagem individual e coletiva. O foco desses ambientes é a aprendizagem a qual não deve se concentrar somente no conteúdo a ser ofertado, mas, sobretudo, no planejamento de atividades que possibilitem a construção de novos conceitos (13).

Quando é dada a oportunidade ao aluno de ser o guia de seu próprio processo de aquisição do conhecimento; o ambiente de aprendizagem virtual em saúde (AVAS) lhe assegura a capacidade de organizar, de maneira autônoma, seu tempo disponível, permitindo a otimização dos processos internos de memorização e raciocínio(14).

Desse modo, o professor passa a assumir o papel de facilitador na construção de novos caminhos de aprendizagem, deixando assim, a postura de somente detentor do conhecimento (15).

UNA SUS

Um grande avanço para a capacitação de profissionais de saúde no Brasil, é o UNA-SUS. O Governo Federal brasileiro, instituiu, em 08 de dezembro de 2010, o Sistema Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde – UNA-SUS, através do decreto nº 7.385(16). Este decreto tem a finalidade de atender às necessidades de capacitação e educação permanente dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde - SUS, por meio do desenvolvimento da modalidade de educação à distância na área da saúde. O UNA-SUS será coordenado pelo Ministério da Saúde, por meio da atuação conjunta da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ.

Decreto Nº 7.385, 08 dezembro 2010 [2]

Portaria Interministerial Nº 10, de 11 julho 2013 [3]


São objetivos do UNA-SUS:

  • I - propor ações visando atender às necessidades de capacitação e educação permanente dos trabalhadores do SUS;
  • II - induzir e orientar a oferta de cursos e programas de especialização, aperfeiçoamento e outras espécies de

qualificação dirigida aos trabalhadores do SUS, pelas instituições que integram a Rede UNA-SUS;

  • III - fomentar e apoiar a disseminação de meios e tecnologias de informação e comunicação que possibilitem

ampliar a escala e o alcance das atividades educativas;

  • IV - contribuir para a redução das desigualdades entre as diferentes regiões do País, por meio da equalização

da oferta de cursos para capacitação e educação permanente;

  • V - contribuir com a integração ensino-serviço na área da atenção à saúde.

O UNA-SUS é composto pelos seguintes elementos:

  • Rede UNA-SUS: instituições públicas de educação superior credenciadas pelo Ministério da Educação para a oferta

de educação à distância e conveniadas com o Ministério da Saúde para atuação articulada.

  • Acervo de Recursos Educacionais em Saúde - ARES: repositório público de materiais, tecnologias e experiências

educacionais, construído de forma colaborativa, podendo ser compartilhados os produtos disponíveis;

  • Plataforma Arouca: base de dados nacional, integrada ao sistema nacional de informação do SUS, contendo ofertas

de cursos, o registro histórico dos trabalhadores do SUS, seus certificados educacionais e experiência profissional.


Educação em Saúde – Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

A Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, valoriza o seu acervo digital e tem o desafio de dar-lhe amplo acesso. A universidade mineira conta com “cursos completos, aulas, vídeos educativos, imagens, jogos e aplicativos, além de plataformas de ensino, teleconsultorias e simulação virtual, evidenciando sua influência na maneira de ensinar e denotando sua importância na formação profissional”. A modalidade à distância apresentou destaque na criação de grande contingente de material pedagógico em formato digital (14).

A tabela abaixo mostra as principais experiências da Faculdade de Medicina da UFMG na formação de profissionais, utilizando tecnologias digitais (14):

Tabelazilma.jpg


Referências

[1.] MORAN, J. M. O que é Educação a Distância.Universidade de São Paulo. Disponível em: <http:// www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm>. Acesso em:05 out. 2016.

[2.] BRASIL. Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005. In: Civil PdRC, editor. Brasilia: Ministério de Educação e Cultura; 2005.

[3.] PRETI, O. Educação a Distância: uma prática educativa mediadora e mediatizada. Cuiabá: NEAD/ IE –UFMT. 1996.

[4.] PORTAL DO CONSÓRCIO CEDERJ/FUNDAÇÃO CECIERJ. Institucional (histórico da Fundação CECIERJ) e graduação (metodologia e cursos).Disponível em: <http://www.cederj.edu.br/fundacaocecierj/exibe_artigo.php>. Acesso em:06 out.2016.

[5.] LITWIN, E. Educação a Distância: Temas para o Debate de Uma Nova Agenda Educativa. Porto Alegre: Artmed. 2001.

[6.] BAATH, J.A. 1985. A note on the origin of distance education. ICDEBulletin 7, pp.61-62. BATTENBERG, RW. The Boston Gazette, Marc 20, 1728. Epistolodidaktika 1971:1, pp.44-45.

[7.] VASCONCELOS, S. P. G. Educação a Distância: histórico e perspectivas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Disponível em: . Acesso em: 06 out. 2016

[8.] GOUVÊA, G.; C. I. OLIVEIRA. Educação a Distância na formação de professores: viabilidades, potencialidades e limites. 4. ed. Rio de Janeiro: Vieira e Lent. 2006.

[9.] ALVES, Lucineia. Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, v. 10, p. 83-92, 2011.

[10.] NUNES, I. B. Noções de Educação a Distância. Disponível em: < http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/EAD/NOCOESEAD.PDF>. Acesso em: 03 outubro 2016.

[11.] Vilches L. Tecnologia digital: perspectivas mundiais. Comunicação & Educação. 2008;9(26).

[12.] Brodie M, Flournoy RE, Altman DE, Blendon RJ, Benson JM, Rosenbaum MD. Health information, the Internet, and the digital divide. Health Affairs. 2000;19(6):255-65.

[13.] Vieira MB, Luciano NA. Construção e reconstrução de um ambiente de aprendizagem para educação à distância. [Internet] 2001. [citado 2006 Ago 20] Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000094&pid=S0103-2100201100030000400003&lng=pt. Acesso em: 03 outubro 2016.

[14.] REIS, Zilma Silveira Nogueira et al. TECNOLOGIAS DIGITAIS PARA O ENSINO EM SAÚDE: relato de experiências e a convergência para o Projeto AVAS21. Revista de Saúde Digital e Tecnologias Educacionais-RESDITE, v. 1, n. 1, 2016.

[15.] Zeferino AMB, Passeri SMRR. Avaliação da aprendizagem do estudante. Cadernos da ABEM. 2007;3:39-43.

[16.] BRASIL. Decreto nº 7.385, de 08 de dezembro de 2010. In: Civil PdRC, editor. Brasilia: Ministério da Saúde; 2010.