Interoperabilidade dos sistemas informaticos: diferenças entre revisões
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Sistemas capazes de operar em conjunto permitem a construção de infraestruturas digitais mais abrangentes, colaborativas e eficientes. A interoperabilidade é um aspeto muito importante para o futuro da transformação digital, constituindo um imperativo para organizações que buscam competitividade e inovação. | Sistemas capazes de operar em conjunto permitem a construção de infraestruturas digitais mais abrangentes, colaborativas e eficientes. A interoperabilidade é um aspeto muito importante para o futuro da transformação digital, constituindo um imperativo para organizações que buscam competitividade e inovação. | ||
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Panch, T., Mattie, H. & Celi, L.A. The “inconvenient truth” about AI in healthcare. npj Digit. Med. 2, 77 (2019). | Panch, T., Mattie, H. & Celi, L.A. The “inconvenient truth” about AI in healthcare. npj Digit. Med. 2, 77 (2019). |
Revisão das 12h24min de 15 de janeiro de 2025
INTEROPERABILIDADE DOS SISTEMAS INFORMÁTICOS
Breve contextualização teórica ⌘
Sistemas de Informação em Saúde são sistemas informatizados que capturam, armazenam, processam, comunicam ou exibem qualquer tipo de informação em saúde.
A gestão eficiente da informação clínica, dados demográficos, análise estatística, gestão administrativa/financeira e outros aspetos relacionados à informação em saúde, condiciona a capacidade de as instituições comunicarem entre si.
Interoperabilidade é a capacidade de dois ou mais sistemas ou componentes trocarem informações e usarem as informações que foram trocadas. A interoperabilidade envolve múltiplos aspetos, entre eles:
- Organizacional: considerações de governança, políticas, sociais, legais e organizacionais para facilitar a comunicação e o uso seguro, contínuo e oportuno de dados dentro e entre organizações, entidades e indivíduos. Esses componentes permitem consentimento compartilhado, confiança e processos e fluxos de trabalho integrados do utilizador / beneficiário final;
- Semântica: considerações sobre modelos subjacentes comuns e codificação dos dados, incluindo o uso de elementos de dados com definições padronizadas de conjuntos de valores e sintaxes de codificação disponíveis publicamente, proporcionando compreensão e significado compartilhados para o utilizador;
- Estrutural: define o formato, a sintaxe e a organização da troca de dados;
- Fundacional: estabelece os requisitos de interconetividade necessários para que um sistema ou aplicação comunique dados com segurança e receba os dados de outro;
A interoperabilidade dos sistemas informáticos permite que diferentes sistemas, plataformas e aplicações de tecnologia da informação (TI) se comunicarem, compartilharem dados e funcionarem juntos de maneira harmoniosa, sendo por isso um conceito fundamental para organizações que buscam eficiência, inovação e integração em suas operações. A sua implementação tem o potencial de beneficiar diferentes áreas, entre elas:
- Eficiência Operacional: com sistemas interoperáveis, processos complexos podem ser simplificados, eliminando redundâncias e reduzindo custos operacionais. Isso significa que as empresas podem focar mais em inovação e menos em corrigir falhas de comunicação entre sistemas.
- Melhoria na Tomada de Decisão: a integração de dados em tempo real, provenientes de diferentes fontes, permite análises mais completas e precisas. Isso leva a decisões baseadas em informações consolidadas e confiáveis.
- Escalabilidade e Flexibilidade: a interoperabilidade facilita a integração de novos sistemas e tecnologias, permitindo que as organizações se adaptem rapidamente às mudanças do mercado ou às necessidades de expansão.
- Experiência do utilizador: quando os sistemas conversam entre si, os utilizadores finais (clientes ou colaboradores) têm uma experiência mais fluida, com acesso rápido e fácil às informações e serviços de que precisam.
Operacionalização da Interoperabilidade dos sistemas informáticos ⌘
A interoperabilidade é operacionalizada através de padrões, protocolos e tecnologias que garantem a comunicação entre diferentes sistemas. Alguns exemplos incluem:
a. APIs (Interfaces de Programação de Aplicações): Facilitam a troca de dados entre sistemas distintos.
b. Protocolos de Comunicação: Como HTTP, MQTT, ou SOAP, que padronizam como os sistemas se comunicam.
c. Integração Baseada em Dados: Uso de formatos universais como XML, JSON ou CSV para garantir que as informações possam ser interpretadas por diversos sistemas.
d. Arquitetura Orientada a Serviços (SOA): Permite que os sistemas sejam construídos como serviços modulares que podem ser reutilizados e combinados.
Os padrões de dados (standards) são um conjunto acordado de regras que permitem que as informações sejam compartilhadas e processadas de maneira uniforme e consistente. Os padrões constituem um elemento importante na comunicação eficaz entre os sistemas de informação em saúde e garantem a compatibilidade entre plataformas, dispositivos e aplicativos. Continuem exemplos de padrões de dados o HL7 v2, HL7 v3, HL7 FHIR, ISO 13606, IEEE 1073, DICOM, ASC-X12, IHE, Direct StandardTM, PCHAlliance, OpenEHR, OMOP e IHE (integrating the healthcare). Esses padrões permitem:
- Interoperabilidade: possibilitam que diferentes sistemas se comuniquem de forma eficaz, garantindo a compatibilidade entre plataformas, dispositivos e aplicações;
- Consistência: garantem uniformidade em produtos, serviços e processos, o que ajuda a manter a qualidade e a fornecer experiências consistentes ao usuário. Isto é vital em setores como o industrial e o farmacêutico, onde a consistência afeta diretamente a segurança e a eficácia;
- Eficiência e redução de custos: seguir padrões estabelecidos reduz a necessidade de personalização e ajuda a agilizar processos, o que pode reduzir custos operacionais e diminuir os tempos de implantação;
- Segurança e conformidade: as normas geralmente englobam as melhores práticas e requisitos regulamentares, ajudando as organizações a cumprir obrigações legais e de segurança. Na área da saúde e de tecnologias de informação, seguir padrões pode ajudar a proteger os dados dos pacientes, garantir diagnósticos precisos e reduzir erros;
- Inovação e Escalabilidade: ao fornecer uma base estável, os padrões permitem a inovação sobre uma base sólida. Eles permitem que as organizações dimensionem soluções com mais facilidade e adotem novas tecnologias sem começar do zero;
- Transparência e confiança: as normas promovem a transparência ao oferecer quadros e definições amplamente aceites, que podem ajudar a criar confiança entre as partes interessadas, seja na saúde pública, no desenvolvimento de software ou no intercâmbio de dados;
Desafios na implementação da Interoperabilidade ⌘
Sistemas capazes de operar em conjunto permitem a construção de infraestruturas digitais mais abrangentes, colaborativas e eficientes. A interoperabilidade é um aspeto muito importante para o futuro da transformação digital, constituindo um imperativo para organizações que buscam competitividade e inovação.
Por outro lado, a rápida explosão da Inteligência Artificial (IA) introduziu a possibilidade de usar dados agregados de saúde para produzir modelos poderosos que podem automatizar o diagnóstico e também permitir uma abordagem cada vez mais precisa à medicina, adaptando tratamentos e direcionando recursos com a máxima eficácia de forma oportuna e dinâmica. Esses conjuntos de dados agregados permitiram uma aceleração do desenvolvimento da IA, sendo a interoperabilidade dos sistemas informáticos uma condição necessária à generalização dessas inovações.
Alguns exemplos de desafios na implementação da interoperabilidade são:
a. Compatibilidade entre sistemas antigos e novos: Muitos sistemas antigos não foram concebidos para integração posterior com outros sistemas;
b. Segurança dos Dados: Garantir que a troca de informações entre sistemas seja segura e esteja em conformidade com normas e regulamentos;
c. Complexidade Técnica: A integração pode exigir conhecimento especializado e um planeamento cuidadoso.
Considerando os desafios na implementação da interoperabilidade e com o objetivo de melhorar a forma como os sistemas de informática na área da saúde compartilham informações foi criada a iniciativa IHE (Integrating the Healthcare Enterprise). A IHE promove o uso coordenado de padrões estabelecidos, como DICOM e HL7, para responder as necessidades clínicas específicas durante a assistência aos pacientes. Os sistemas desenvolvidos de acordo com o IHE comunicam melhor entre si, são mais fáceis de implementar e permitem que os prestadores de cuidados de saúde utilizem a informação de forma mais eficaz.”
Referências Bibliográficas ⌘
Panch, T., Mattie, H. & Celi, L.A. The “inconvenient truth” about AI in healthcare. npj Digit. Med. 2, 77 (2019). https://doi.org/10.1038/s41746-019-0155-4
Principles of Health Interoperability SNOMED CT, HL7 and FHIR https://www.researchgate.net/publication/305386662_Principles_of_health_interoperability_SNOMED_CT_HL7_and_FHIR
Interoperability in Healthcare | HIMSS https://www.himss.org/resources/interoperability-healthcare
Health Level Seven International - Homepage | HL7 International https://www.hl7.org/
https://www.himss.org/resources/interoperability-healthcare
Health Information Technology Standards (HITS) https://www.springer.com/series/10471
Integrating the Healthcare Enterprise (IHE) - IHE International https://www.ihe.net/