O Teste do Coraçãozinho: diferenças entre revisões
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O Teste do coraçãozinho ou triagem neonatal por oximetria de pulso tornou-se obrigatória no Brasil desde 2014, através da Portaria N° 20, de 10 de junho de 2014 | O Teste do coraçãozinho ou triagem neonatal por oximetria de pulso tornou-se obrigatória no Brasil desde 2014, através da Portaria N° 20, de 10 de junho de 2014 [http://http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=56&data=11/06/2014]. Esse teste visa a triagem de recém nascidos, saudáveis, com idade gestacional acima de 34 semanas para a identificação de crianças com cardiopatias congênitas críticas antes da alta da maternidade. | ||
Segundo revisão bibliográfica da sociedade brasileira de pediatria, esse tipo de cardiopatia atinge em torno de 1 a 2 de cada 1000 nascidos vivos, e 30% dessas crianças não recebem o diagnóstico na maternidade, evoluindo para choque, hipóxia ou óbito precoce, antes de receber o tratamento adequado. As cardiopatias representam cerca de 10% dos óbitos infantis e cerca de 20 a 40% dos óbitos de malformações. | Segundo revisão bibliográfica da sociedade brasileira de pediatria, esse tipo de cardiopatia atinge em torno de 1 a 2 de cada 1000 nascidos vivos, e 30% dessas crianças não recebem o diagnóstico na maternidade, evoluindo para choque, hipóxia ou óbito precoce, antes de receber o tratamento adequado. As cardiopatias representam cerca de 10% dos óbitos infantis e cerca de 20 a 40% dos óbitos de malformações. |
Revisão das 22h43min de 10 de outubro de 2016
INTRODUÇÃO
O Teste do coraçãozinho ou triagem neonatal por oximetria de pulso tornou-se obrigatória no Brasil desde 2014, através da Portaria N° 20, de 10 de junho de 2014 [1]. Esse teste visa a triagem de recém nascidos, saudáveis, com idade gestacional acima de 34 semanas para a identificação de crianças com cardiopatias congênitas críticas antes da alta da maternidade.
Segundo revisão bibliográfica da sociedade brasileira de pediatria, esse tipo de cardiopatia atinge em torno de 1 a 2 de cada 1000 nascidos vivos, e 30% dessas crianças não recebem o diagnóstico na maternidade, evoluindo para choque, hipóxia ou óbito precoce, antes de receber o tratamento adequado. As cardiopatias representam cerca de 10% dos óbitos infantis e cerca de 20 a 40% dos óbitos de malformações.
As cardiopatias congênitas críticas são consideradas as cardiopatias congênitas onde a apresentação clínica decorre do fechamento ou restrição do canal arterial (cardiopatias canal-dependentes), divididas em três grupos:
• Cardiopatias com fluxo pulmonar dependente do canal arterial: atresia pulmonar e similares
• Cardiopatias com fluxos sistêmico dependente do canal arterial: Síndrome de hipoplasia de coração esquerdo, carctação da aorte crítica e similares
• Cardiopatias com circulação em paralelo: transposição de grandes vasos
DIAGNÓSTICO DAS CARDIOPATIAS CONGÊNITAS CRÍTICAS
Os recém nascidos geralmente recebem alta da maternidade em torno de 36-48 horas de vida, tempo insuficiente para o aparecimento de sintomas das cardiopatias, assim vários estudos tentam identificar maneiras de realização do diagnóstico precoce com excelente custo-benefício.
O diagnóstico definitivo é realizado pelo ecocardiograma com mapeamento de fluxo em cores seja fetal ou pós-natal, porém a sua utilização como teste de triagem seria inviável.
Nesse sentido alguns estudos mostraram a importância da realização do exame físico de forma detalhada, por profissional treinado, para a identificação de cianose, sopros ou alterações sugestivas de cardiopatia.
Além disso, como ocorre mistura de sangue arterial e venoso a realização de oximetria de pulso como teste de triagem, mostrou-se uma alternativa fácil, com bom custo benefício com sensibilidade de 75% e especificidade de 99% em estudos realizados.
TESTE DA OXIMETRIA
O teste é realizado em todo recém-nascido saudável, com idade gestacional acima de 34 semanas entre 24-48horas de vida, antes da alta hospitalar. Para a realização do teste é necessário profissional treinado e aparelho de oximetria de pulso. No Brasil, o primeiro teste é realizado pela enfermagem, medindo a saturação na mão direita e depois no membro inferior. O teste é considerado positivo, quando a saturação for menor que 95% ou tiver diferença maior ou igual a 3%, caso contrário o teste é considerado negativo e o recém nascido tem seguimento neonatal de rotina.
Se o teste for positivo, é repetido em 1 hora pelo médico ou enfermeiro e se mantiver alterado é realizado ecocardiograma para confirmar ou afastar diagnóstico de cardiopatia congênita.
As principais limitações do teste são a não realização do diagnóstico de todas as cardiopatias congênitas críticas, principalmente casos de coarctação da aorta, não substituirem a realização de exame físico minucioso por profissional qualificado. Além disso, erros de técnica como não observar se a curva do oxímetro está homogênea, colocação inadequada dos eletrodos e observar se as extremidades da criança estão aquecidas podem resultar em falsos positivos ou falsos negativos. Na imagem abaixo se observa a curva irregular e colocação inadequada dos eletrodos.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
1- Teste do Coraçãozinho (Oximetria de pulso) na triagem neonatal. Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no SUS (CONITEC), relatório nº115. BRASIL, 2014.
2- Diagnóstico precoce de cardiopatia congênita crítica: oximetria de pulso como ferramenta de triagem neonatal. Departamento de Cardiologia e Neonatologia da SBP. Diponível em: [2] . Acesso em 03/10/2016
3- ALBUQUERQUE, F.C.L; MAIA, E.T.; FIGUEIREDO,V.L; MOURATO,F.A; MATTOS,S.S. Exame físico e oximetria de pulso para detectar cardiopatias congênitas. Internanacional Journal of Cardiovascular Sciences, 2015; 28(2):148-151.