SONHO: diferenças entre revisões

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==Descrição==
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É designado como sendo um sistema ADT (Admission, Discharge, Transfer, em português: Admissão, Alta, Transferência) que ajuda no trabalho administrativo hospitalar em Portugal. Funciona como base para os outros sistemas de saúde, ou seja, é um sistema CORE, dentro do hospital pois possui informação sobre pacientes, tais como número de utente, nome, idade, contacto, historial clínico, entre outros e faz com que os problemas com casos de duplicação de doentes sejam nulos. Em cada instituição de saúde com este software, existe um responsável pelo mesmo. [4]
É designado como sendo um sistema ADT (Admission, Discharge, Transfer, em português: Admissão, Alta, Transferência) que ajuda no trabalho administrativo hospitalar em Portugal. Funciona como base para os outros sistemas de saúde, ou seja, é um sistema CORE, dentro do hospital pois possui informação sobre pacientes, tais como número de utente, nome, idade, contacto, historial clínico, entre outros e faz com que os problemas com casos de duplicação de doentes sejam nulos. Em cada instituição de saúde com este software, existe um responsável pelo mesmo. [4]
O modo de recolha destes dados é feito quando o paciente necessita de um acto médico (que pode ser, por exemplo um consulta externa, urgência ou exame complementar) e acede aos postos de atendimento ao doente existentes nos hospitais.  
O modo de recolha destes dados é feito quando o paciente necessita de um acto médico (que pode ser, por exemplo um consulta externa, urgência ou exame complementar) e acede aos postos de atendimento ao doente existentes nos hospitais.  
Tecnicamente, o SONHO possui uma arquitectura descentralizada, pois tem uma base de dados centralizada de apontadores que referente os vários episódios clínicos de cada utente.


No SONHO os pacientes são identificados pelo número de processo (não existente para todos os doentes) e por um número sequencial (número de consulta):
No SONHO os pacientes são identificados pelo número de processo (não existente para todos os doentes) e por um número sequencial (número de consulta):
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Uma das principais razões para a criação do SONHO deve-se principalmente à necessidade de organização dos departamentos administrativos dos hospitais, pois existir uma enorme desorganização relativamente à facturação não eficiente às entidades pagadoras.  
Uma das principais razões para a criação do SONHO deve-se principalmente à necessidade de organização dos departamentos administrativos dos hospitais, pois existir uma enorme desorganização relativamente à facturação não eficiente às entidades pagadoras.  
==Arquitectura de aplicações==
Em cada unidade hospitalar existe um sistema autónomo do SONHO que possui a sua própria base de dados. Para ser possível aceder ao mesmo, é necessário o uso de um emulador para ambiente Windows, denominado ''Reflexion''. É possível no sistema serem definidos vários perfis dependendo do tipo de utilizador: perfis de utilização do sistema e perfis de administração do sistema. Tecnicamente, o SONHO possui uma arquitectura descentralizada, pois tem uma base de dados centralizada de apontadores que refere os vários episódios clínicos de cada utente.





Revisão das 16h56min de 7 de abril de 2017

SONHO
Sigla
Designação Sistema Integrado de Informação Hospitalar
Data de Lançamento 1994
Entidade Criadora INESC, SIS
Entidade Gestora IGIF/ACSS
Versão Atual
Requisitos Técnicos
Tipo de Licenciamento
Arquitetura
Sistema Operativo
Especialidade Médica
Utilizadores Principais
Função Administração Hospitalar


Introdução

O SONHO, acrónimo de Sistema Integrado de Informação Hospitalar, é um sistema existente em 90% das instituições do SNS em Portugal. As suas principais funcionalidades incluem o registo de doentes , e o procedimento efectuado pelo mesmo em códigos CID (Classificação internacional de doenças) e o registo de saída do mesmo com transformação em GDH (Grupos de diagnóstico homogéneos) para contabilização financeira da receita durante a sua passagem no hospital. [1]

História

O SONHO foi criado em 1988 pela IGIF - Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde, que é a actual Administração Central do Sistema de Saúde, I.P. (ACSS). Foi desenvolvido em parceria pelo INESC (Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores) e pelo SIS (Serviço de Informática em Saúde) e está presente na maioria dos hospitais portugueses (90% dos hospitais do SNS - Serviço Nacional de Saúde) tendo bases de dados locais. O SONHO surgiu na sequência de um sistema de informação anterior denominado Sistema Mínimo de Informação Médico-Administrativa no Internamento (SMIMAI). [2] Devido a ser um sistema inovador na altura da sua concepção, foi rapidamente difundido a nível nacional. A sua instalação iniciou-se em 1995 de forma gratuita, mas não de forma uniforme em todos os hospitais. Pretendia-se com este sistema gerir os dados administrativos dos doentes para melhorar a qualidade de assistência ao mesmo através de um sistema que fosse comum a todos as unidades hospitalares. Pretendia-se também um acesso rápido ao historial anterior do doente com exactidão, melhorar a gestão administrativa e financeira dos hospitais e aumentar a produtividade do pessoal interveniente em todo o processo. [3] Analogamente, no caso das unidades/centros de saúde é utilizado o sistema SINUS (Sistema de Informação para Unidades de Saúde). O motto do SONHO é “um doente, um número de identificação”, em que o seu principal objectivo é controlar o fluxo de doentes dentro de um hospital.

Figura 1: Interface Inicial do SONHO.


Descrição

É designado como sendo um sistema ADT (Admission, Discharge, Transfer, em português: Admissão, Alta, Transferência) que ajuda no trabalho administrativo hospitalar em Portugal. Funciona como base para os outros sistemas de saúde, ou seja, é um sistema CORE, dentro do hospital pois possui informação sobre pacientes, tais como número de utente, nome, idade, contacto, historial clínico, entre outros e faz com que os problemas com casos de duplicação de doentes sejam nulos. Em cada instituição de saúde com este software, existe um responsável pelo mesmo. [4] O modo de recolha destes dados é feito quando o paciente necessita de um acto médico (que pode ser, por exemplo um consulta externa, urgência ou exame complementar) e acede aos postos de atendimento ao doente existentes nos hospitais.

No SONHO os pacientes são identificados pelo número de processo (não existente para todos os doentes) e por um número sequencial (número de consulta):


Input e output de dados Descrição
N.º Processo Nº atribuido ao paciente na entrada do SONHO
ID Paciente ID Paciente = 1(ID da instalação) + 7 caracteres sequenciais numéricos do SONHO

Após a inserção dos dados do doente, é através do SONHO que são impressas as etiquetas de admissão. (FOTO ETIQUETA ADMISSÃO SONHO)

(BPM GRÁFICO WORKFLOW) Documentação de entrada -> SONHO -> Documentação de saída -> Contabilização da receita do doente após a sua passagem pelo serviço hospitalar


Com os dados obtidos pelo SONHO foram desenvolvidas mais duas aplicações em ambiente web, uma para o médico (SAM) e outra para o enfermeiro (SAPE) para ajuda no apoio à decisão.

Uma das principais razões para a criação do SONHO deve-se principalmente à necessidade de organização dos departamentos administrativos dos hospitais, pois existir uma enorme desorganização relativamente à facturação não eficiente às entidades pagadoras.

Arquitectura de aplicações

Em cada unidade hospitalar existe um sistema autónomo do SONHO que possui a sua própria base de dados. Para ser possível aceder ao mesmo, é necessário o uso de um emulador para ambiente Windows, denominado Reflexion. É possível no sistema serem definidos vários perfis dependendo do tipo de utilizador: perfis de utilização do sistema e perfis de administração do sistema. Tecnicamente, o SONHO possui uma arquitectura descentralizada, pois tem uma base de dados centralizada de apontadores que refere os vários episódios clínicos de cada utente.


Objectivos

Os principais objectivos do SONHO são:

  • Identificação única de cada paciente/cliente;
  • Gestão dos dados administrativos dos pacientes de modo a melhorar a qualidade de assistência com um sistema comum a todos os hospitais;
  • Acesso rápido ao historial do doente;
  • Correcção rápida de dados previamente introduzidos no sistema;
  • Distribuição e processamento de dados que possam ser usados por outros módulos;
  • Registo e gestão administrativa e financeira dos hospitais de modo a aumentar a produtividade da equipa interveniente no processo (relação entre códigos CID e GDH).


Módulos

Existem oito módulos diferentes no SONHO, sendo estes o módulo integrador, urgência, consulta externa, internamento, bloco operatório, hospital de dia, arquivo e facturação. [1]


Descrição do sistema

Módulo identificação

Neste módulo é feita a Identificação do cliente através da inserção de dados tais como nome, sexo, data de nascimento, número de telemóvel, entre outros, como se pode verificar na figura 2. É também possível fazer a actualização destes dados e introduzir um cliente novo no sistema.

Módulo urgência

Módulo internamentos

No módulo de internamento é feita a gestão de internamentos no hospital, incluindo modificações que se possam ser necessárias. Existem três elementos durante este movimento hospitalar: (1)

  • Lista de espera - gestão de doentes onde está definida a prioridade de internamento;
  • Clientes internados - lista de doentes internados na unidade hospitalar;
  • Consulta de resultados hospitalar - nesta opção é possível verificar camas livres ou ocupadas, estatísticas de lotação, altas e internamentos efectuados, dados clínicos, entre outros. É possível também pesquisar quais as intervenções cirúrgicas que ocorreram durante o internamento.

Módulo hospital de dia

Este módulo tem como função fazer a gestão de camas, saber quais os motivos das anulações de sessões, obter protocolos, etc.

Módulo arquivo/estatística

Neste módulo o utilizador do sistema faz a requisição do processo do doente. (1) É possível verificar tabelas de grupos etários, fazer o agrupamento de exames, verificar mapas estatísticos e gestão de acessos a mapas por perfil.

Módulo consulta

É feito aqui a gestão de tabelas por área de consulta, é possível saber as demoras médias por médico e especialidade, fazer a gestão do calendário e grupos de consulta, obter a definição de outras entidades que fazem os pedidos de consulta, saber quais os motivos da anulação de consultas, entre outros.

Módulo bloco operatório

Com este módulo obtêm-se informação sobre a gestão de blocos operatórios e salas, quais os motivos de cancelamento de cirurgias, fazer agendamentos das mesmas, verificar inscrições na lista de espera para cirurgia, saber tipos e grupos de anestesia e respectivos riscos, saber também quais os tipos de cirurgia, os fármacos por anestesia e fazer a programação de novas cirurgias.

Módulo facturação

É possível ao utilizador verificar a facturação de todo o episódio hospitalar e quais as despesas que o cliente terá com o mesmo.

Sistema de base de dados

O sistema de base de dados é da Oracle, versão 7.3.4 (actualmente na versão 12) com linguagem PL/SQL (Oracle’s procedural language extension to SQL). A base de dados é manipulada com DBLink (database link) que define um caminho “path” de uma base de dados da Oracle para outra base de dados, e permite com que sejam feitas “queries” em tabelas remotas e executar essas “queries” na base de dados. Exemplo da criação, destruição e encerramento de um DBLink: (1)


  • Criar DBlink:
CREATE DATABASE LINK remotedb CONNECT TO scott IDENTIFIED BY tiger USING 'tns_conn_str';
  • Eliminar DBlink:
DROP DATABASE LINK remotedb;
  • Fechar DBlink:
ALTER SESSION CLOSE DATABASE LINK <link_name>;

Interface Gráfico

Devido à idade já bastante avançada do sistema, esta ainda apresenta uma interface antiga, não intuitiva e pouco user-friendly, baseado no Oracle Forms 3, como se pode verificar na figura 1 e 2.


Figura 2: Interface gráfica do SONHO no módulo de Identificação.

Ligação na rede RIS

A RIS (Rede Informática da Saúde) é uma rede privada que liga diversas instituições de saúde públicas, Ministério da Saúde e entidades do SNS (Sistema Nacional de Saúde), e com a qual é possível a troca de informação e serviços entre as mesmas, que existe desde 1994. (3) Faz parte do Ministério da Saúde e é gerida pela SPMS (Serviços Partilhados do Ministério da Saúde) (2). A partilha é feita através do uso dos diversos standards existentes para a àrea, tais como DICOM, HL7, entre outros, com um débito mínimo de 2Mbps (dados de 2015). [1] Também existe a possibilidade de esta rede ser partilhada com entidades externas ao hospital para prestação de serviços de modo remoto. Todas as instituições de saúde onde estão instalados os sistemas SONHO e SINUS estão ligados à RIS.


Outras Versões

SONHO v2

A

SONHO-CSP

O SONHO v1 possui lacunas ao nível de registo administrativo em cuidados de saúde primários, tal como obsolescência com o decorrer dos anos. O mesmo acontece com o sistema SINUS (Sistema de Informação em Unidades de Saúde) e devido a estes factores foi criado um novo sistema, com o mesmo modelo de dados do SONHO v2 de modo a que haja um perfil idêntico entre cuidados de saúde hospitalares (SONHO) e primários (SINUS).

Figura 3: Interface SINUS - similar ao SONHO.

Problemas

Devido a ser um sistema de informação com quase 30 anos, este possui diversos problemas nomeadamente na sua interface que usando a mesma GUI (interface gráfica do utilizador) desde data da criação torna o seu uso pouco user-friendly e pouco orientada para actividade médica [1]. Um dos principais problemas é a fraca interoperabilidade com outros sistemas, pelo não uso de standards, como por exemplo, as trocas de mensagens HL7. A manutenção e actualização do sistema é feita de forma ad-hoc, ou seja, na altura da sua criação o sistema não foi criado de forma a responder apenas à necessidade de um hospital, mas de forma a atender a vários, o que faz com que a complexidade de manutenção seja grande e que haja evolução do sistema diferente de hospital para hospital (2). Outro dos problemas apontados é também a possibilidade de criação de atalhos para outros sistemas externos através de interfaces WEB que podem comprometer a segurança na utilização do sistema. Além de todos os outros problemas, a tecnologia utilizada no SONHO está obsoleta, o que fará com que existam problemas a níveis aplicacionais e de infraestruturas tais como segurança da autenticação, desempenho, taxa de disponibilidade (o sistema falha várias vezes por dia em certos hospitais), entre outros. [1] Apesar de ser um sistema extremamente enraizado em quase todos os hospitais nacionais que se encontra com diversos problemas, não existe nenhuma aplicação semelhante no mundo que possa substituir rápida e funcionalmente as necessidades existentes a nível hospitalar em Portugal. (3)

Ponto Situação

Existe uma versão 2 do sistema designada por “SONHO v2”, apenas instalada em 3 hospitais em Portugal: Centro Hospitalar de Leiria, IPO de Lisboa e Hospital Garcia da Orta. Devido às burocracias estruturadas de forma errada, cada instalação do SONHO v2 nos hospitais acresce de montantes monetários bastante elevados para a compra de licenças da ORACLE. Apesar de o sistema estar finalizado para uso, a necessidade das licenças fazem com que o novo sistema tenha que ser abandonado. Há também uma ideIa em criar um novo sistema de informação interno que junte os sistemas SONHO, SINUS, SAM e SAP nos cuidados primários e hospitalares e que as soluções adoptadas sejam de código aberto (open-source) de modo a ser possível reduzir os custos relacionados com o licenciamento destas aplicações. No entanto existirá novo concurso público para uma terceira versão do SONHO brevemente.

Links Externos