GNU Health

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GNU Health

GNU Health

GNU Health
Sigla
Designação
Data de Lançamento
Entidade Criadora
Entidade Gestora
Versão Atual
Requisitos Técnicos
Tipo de Licenciamento
Arquitetura
Sistema Operativo
Especialidade Médica
Utilizadores Principais
Função


O GNU Health é um exemplo de um Sistema de Informação em Saúde gratuito e contem funcionalidades como o Registo Clínico Eletrónico. É um sistema projetado para ser uma multiplataforma para que possa ser instalado em diferentes sistemas operacionais (Linux, FreeBSD, MS Windows) e diferentes sistemas de gestão de base de dados (PostgreSQL)[1].

O desenvolvimento do GNU Health foi iniciado por Luis Falcón em 2008 sob o nome "Medical" com o objetivo de apoiar ações de promoção e educação para a saúde nas áreas rurais [2].

É um sistema com configurações de baixos recursos e com base num programa de planeamento de recursos empresariais gratuito e de livre acesso ("Open Source Software") – Tryton – seguindo a mesma abordagem modular como o software de gestão empresarial subjacente (ERP). Ele é escrito em Python e usa o ERP Tryton [2]. Uma grande vantagem desta abordagem é que o software “herda” todos os módulos que são desenvolvidos na comunidade ERP Tryton. Apesar da sua curta história o GNU Health oferece uma vasta gama de funcionalidades e encontra-se instalado em vários países do mundo, entre eles a Argentina, Jamaica, Paraguai, Quénia, Laos, Filipinas, Bangladesh e Malásia. Recentemente, o governo da Jamaica escolheu o GNU Health como o sistema de tecnologia de informação de saúde nacional [2].

O GNU Health é desenvolvido por uma comunidade global de especialistas em tecnologias de informação em saúde, médicos e outros utilizadores finais coordenado pelo GNU Solidário, uma organização não-governamental com sede em Espanha [2].

Este sistema pode ser obtido através do download gratuito e os administradores e fornecedores podem estudá-lo e adaptá-lo às suas necessidades. Não existem custos ocultos ou scripts de atualização e as atualizações para a versão mais recente são também gratuitas [2]. Existem várias instituições, como as Nações Unidas e o seu Instituto Internacional para a Saúde Global, que prestam formação sobre GNU Health aos profissionais de saúde em todo o mundo. Desta forma, o GNU Health evolui a partir dos talentos, feedback e contribuições de uma comunidade em constante crescimento. Hoje, existe em mais de 20 línguas diferentes o que torna mais fácil a sua utilização em várias regiões [2].

Em relação à gestão dos centros de saúde, o GNU Health combina e integra as informações do doente a partir dos seus registos clínicos eletrónicos com processos do centro de saúde e também pode interagir com outros projetos de software de saúde gratuitos. Pode armazenar imagens médicas dos doentes localmente ou conectar-se diretamente a um servidor PACS usando visualizadores DICOM como Ginkgo ou Aeskulap [2].

O GNU Health usa uma arquitetura modular que, entre outras vantagens, é importante no controlo do acesso para prevenir acessos não desejados, tornar a execução do programa mais “leve” por usar apenas os módulos necessários à operação desejada e torna o programa extensível pela adição de módulos com novas funções e que podem ser desenvolvidos de forma independente [2] .

O GNU Health conta com 34 módulos de saúde e com 50 módulos de negócio. Todos estes módulos são gratuitos e podem ser instalados ou não conforme a necessidade da instituição ou da empresa [2].

Exemplos de módulos do GNU Health

  • Médico: Implementa o modelo de dados e as funções básicas para doentes, consultas, diagnósticos, anotações, vacinas, medicamentos, entre outros [3];
  • Pediatria: Inclui suporte para Neonatologia e Pediatria Geral e implementa o uso da Pediatric Symptoms Checklist [2];
  • Ginecologia e Obstetrícia: suporta ações preventivas e a fase pré-natal e registos dos períodos perinatal e do puerpério [2];
  • Estilo de vida: atividade física, dietas, abuso e dependência de drogas, incorpora as bases de dados do National Institute on Drug Abuse (NIDA), sexualidade, fatores de risco, segurança doméstica e proteção da criança [2];
  • Genética: riscos hereditários; mais de 4200 "genes de doenças" das bases de dados do National Center for Biotechnology Information (NCBI) e dos GeneCards incorporadas no sistema [2];
  • Informações socioeconómicas: Educação, ocupação, condições de habitação, áreas hostis, suporta ações contra o trabalho e a prostituição de crianças, entre muitas outras [2];
  • Internamento: suporta admissões hospitalares com gestão de camas e planos de tratamento e de enfermagem [2];
  • Cirurgia: o sistema gere checklists, procedimentos, salas cirúrgicas e materiais [2];
  • Stocks e finanças: suporte amplo e flexível à administração dos recursos da organização [2].

Instalação de Software e Criação de Contas [4][5][6][7][8][9][10][11]

Para a instalação do software são necessárias várias etapas: preparação, instalação e configuração do software do lado do servidor e instalação e configuração do cliente. Ao contrário de muitas soluções open source que utilizam um servidor web e browser para aceder à plataforma, o Gnu Health utiliza um modelo servidor-cliente via Tryton (software ERP open source). Para a instalação do software é necessário consultar todos os requisitos no site Gnu Health Installation([1])

Avaliação dos requisitos do Gnu Health: Certificação SBIS-CFM[12]

Os requisitos da certificação SBIS-CFM encontram-se agrupados da seguinte forma:

  • Requisitos de Segurança
  • Requisitos de Estrutura, Conteúdo e Funcionalidades
  • Requisitos para Gerenciamento Eletrónico de Documentos (GED).

Requisitos de Segurança [13]

Os requisitos de segurança de um S-RES (sistema de registo eletrónico em saúde) são fundamentais para garantir a privacidade, confidencialidade e integridade da informação em saúde permitindo garantir o sigilo profissional, ou seja, que o acesso à informação só possa ser feito por pessoas autorizadas. O Processo de Certificação SBIS-CFM classifica os S-RES, do ponto de vista de segurança da informação, em dois Níveis de Garantia de Segurança (NGS):

  • NGS1: categoria aplicável a S-RES que não pretendem eliminar a impressão dos registros em papel. Assim, mantém a necessidade de impressão e aposição manuscrita da assinatura;
  • NGS2: categoria constituída por S-RES que viabilizam a eliminação do papel nos processos de registos de saúde. Para isso, especifica a utilização de certificados digitais para os processos de assinatura e autenticação.

Para efeito da certificação SBIS-CFM, os S-RES foram classificados em:

  • Acesso Local: todo o S-RES que se encontra instalado num único computador, com acesso ao sistema apenas neste equipamento. Além disso, um S-RES de acesso local não deverá permitir o acesso simultâneo por mais de um utilizador.
  • Acesso Remoto: todo o S-RES que permita o acesso simultâneo ao sistema, no computador onde o S-RES está instalado, ou num computador remoto, através de algum tipo de conexão (rede local, conexão sem-fios, internet, etc.).

Estrutura, Conteúdo e Funcionalidades [13]

A categoria básica consiste em S-RES voltados à assistência à saúde de indivíduos, de forma básica e genérica. Adicionalmente, um S-RES poderá ser complementado pelo bloco de requisitos para atendimento Ambulatorial.

Gerenciamento Eletrónico de Documentos [13]

Os requisitos para sistemas de GED contemplam as necessidades básicas a este tipo de recurso para a digitalização, armazenamento e manipulação dos prontuários em meio eletrónico.

A avaliação GNU Health segundo os requisitos da Certificação SBIS-CFM encontra-se em tabela no seguinte documento:Ficheiro:Tabela de Avaliação de Requisitos.pdf

Avaliação Global do Sistema

Relativamente aos requisitos NGS1 o GNU Health não cumpre vários desses mesmos requisitos. Já no NGS2 não cumpre muitos mais. Assim, como para ser aprovado, um S-RES precisa necessariamente de cumprir todos os requisitos obrigatórios previstos pelo menos no NGS1, o GNU Health “não atingiria a certificação”. Além disso, não estará ainda pronto para se tornar um sistema paperless uma vez que além de não cumprir os requisitos NGS1, não cumpre vários dos requisitos NGS2.

No GNU Health não são, também, cumpridos alguns requisitos de estrutura e conteúdo, requisitos de funcionalidades e requisitos GED.

Apesar de vários requisitos conterem falhas o GNU Health oferece campos de texto livre em que é possível, através do registo nesses campos, colmatar essas mesmas falhas. Além disso, o GNU Health permite também, ao nível da configuração de propriedades, a criação de novos campos que se considerem necessários e a definição de triggers consoante as necessidades.

Requisitos do nível de garantia de segurança 1 (NGS1) Requisitos do nível de garantia de segurança 2 (NGS2) Requisitos de estrutura e conteúdo Requisitos de funcionalidades Requisitos para GED

Avaliação do design da interface do Gnu Health segundo as 10 Heurísticas de Nielsen [14]:

1. Visualização do estado do sistema

  • Todos os ecrãs têm um título, embora este nem sempre seja preciso. Por exemplo, no ecrã onde são listados todos os pacientes tem o título “Pacientes” mas quando se entra no detalhe de um dos pacientes o título não muda (por exemplo para “Detalhe do paciente”).
  • O feedback do sistema é bom, informa quando as ações são completadas com sucesso ou não.
  • Quando um item é selecionado é possível visualmente confirmar isso, pois fica com uma cor de fundo diferente dos restantes itens.
  • O estado dos ícones também podem ser rapidamente reconhecidos visualmente, uma vez que os ícones que não podem ser selecionados surgem sem cor.

2. Correspondência entre o sistema e o mundo real

  • As opções do menu não estão organizadas de maneira lógica ou alfabeticamente. O que acaba por tornar o menu um pouco confuso e de difícil acesso para um utilizador inexperiente. A linguagem/terminologia do sistema é acessível e apropriada para o tipo de utilizador.

3. Controle e liberdade do utilizador

  • As janelas abertas na aplicação permanecem em tabs o que permite ao utilizador uma fácil navegação entre janelas. Estas tabs também podem ser rearranjadas de acordo com as necessidades do utilizador.
  • Em todos os comandos em que existem medidas drásticas ou destrutivas é pedida uma segunda aprovação ao utilizador, no caso de ter sido acedido por erro. As ações no sistema podem ser canceladas em qualquer momento. Não existe qualquer indicação visual de que a informação foi copiada e colada.
  • Em alguns casos a seleção de itens em listas extensas, como listas de medicamentos, pode ser feito através de clique ou simplesmente começando a escrever numa caixa de pesquisa no topo da página, o que facilita a procura/seleção do item.
  • O menu principal tem muitas opções mas estas estão organizadas por categorias, o que facilita a navegação no mesmo.
  • Em todos os ecrãs há sempre disponível um botão para sair e também opções de retroceder ou avançar (quando aplicável).
  • Cada utilizador tem uma sessão própria.

4. Consistência e normas

  • Todos os ícones na aplicação são consistentes: têm todos a mesma imagem quando fazem a mesma coisa, não há ambiguidade; quando se passa por cima dos ícones com o rato aparece uma pequena descrição, e quando aplicável, teclas de atalho.
  • Não são usadas abreviações ou frases e/ou palavras completamente em maiúsculas.
  • A janela ativa é facilmente reconhecível visualmente.
  • O menu está também no lugar correto, ou seja, na parte esquerda do ecrã.

5. Prevenir erros

  • Nenhum campo nos formulários contem valores por defeito.
  • Os campos obrigatórios são visualmente reconhecíveis.
  • Os campos de data podem ser preenchidos usando um calendário ou escrevendo a data. Neste último caso o formato da mesma está definido no campo.

6. Reconhecer em vez de relembrar

  • Os campos obrigatórios são visualmente reconhecíveis.
  • O esquema de cores é consistente em toda a aplicação assim como os ícones fazendo com que seja fácil para o utilizador reconhecer ações.
  • Num formulário quando está selecionada uma entrada, esta é visualmente distinguível das outras através de uma linha laranja à sua volta.
  • As diferentes áreas de um formulário estão bem definidas normalmente com recurso a tabs.

7. Flexibilidade e eficiência da utilização

  • O sistema está preparado tanto para utilizadores sem experiência, fornecendo todas as opções visualmente, ou para utilizadores experientes recorrendo a atalhos de teclas.
  • O design é bastante simples, não há funções escondidas nem grandes dificuldades de chegar às mesmas.
  • As ações em cada ecrã adaptam-se ao contexto da mesma.

8. Estética e design minimalista

  • Só a informação necessária para o ecrã atual é apresentada, não há “informação não relevante” que possa causar confusão.
  • Todos os ícones são visualmente distintos sem margem para confusão e estão bem definidos, destacando-se do fundo da aplicação.
  • No menu estão sempre visíveis todas as opções e não é necessário uma adaptação à opção selecionada.
  • Todas as labels são descritivas, simples e de fácil compreensão.

9. Ajudar os utilizadores a reconhecer, diagnosticar e recuperar de erros

  • As mensagens de erro que se encontram durante a utilização da aplicação são adaptadas ao contexto, embora a sua descrição não seja numa linguagem direcionada aos utilizadores mas sim a um perfil mais técnico. Além disto não oferecem sugestões de soluções.

10. Ajuda e documentação

  • Em nenhum local na aplicação há uma opção para ver o manual de utilização da aplicação.
  • Em todos os campos nos formulários quando se passa com o rato há uma pequena descrição sobre o campo e para que deve ser usado.

Bibliografia

  1. [Silex Sistemas, “Gnu Health,” 2015. [Online]. Available: http://www.silexsistemas.com.br/index.php/produtos/gnu-health-gestao-de-saude. [Accessed: 05-Jun-2015]
  2. 2,00 2,01 2,02 2,03 2,04 2,05 2,06 2,07 2,08 2,09 2,10 2,11 2,12 2,13 2,14 2,15 2,16 [Silex Sistemas, “Gnu Health,” 2015. [Online]. Available: http://www.silexsistemas.com.br/index.php/produtos/gnu-health-gestao-de-saude. [Accessed: 05-Jun-2015] Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "foo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "foo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "foo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "foo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "foo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "foo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "foo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "foo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "foo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "foo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "foo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "foo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "foo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "foo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "foo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "foo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  3. GNU Health, “GNU Health,” 2015. [Online]. Available: https://en.wikibooks.org/wiki/GNU_Health. [Accessed: 07-Jun-2015].
  4. GNU Health, “Debian,” 2015. [Online]. Available: https://en.wikibooks.org/wiki/GNU_Health/Operating_System-Specific_Notes#Debian. [Accessed: 23-May-2006].
  5. GNU Health, “Requirements,” 2015. [Online]. Available: https://en.wikibooks.org/wiki/GNU_Health/Installation#Requirements. [Accessed: 20-May-2015].
  6. GNU Health, “GNU Health/First Steps,” 2015. [Online]. Available: https://en.wikibooks.org/wiki/GNU_Health/First_Steps. [Accessed: 02-May-2015].
  7. “Tryton,” 2015. [Online]. Available: https://en.wikipedia.org/wiki/Tryton. [Accessed: 03-Jun-2015].
  8. “Enterprise resource planning,” 2015. [Online]. Available: https://en.wikipedia.org/wiki/Enterprise_resource_planning. [Accessed: 10-Jun-2015]
  9. “GNU Health/Installation,” 2015. [Online]. Available: https://en.wikibooks.org/wiki/GNU_Health/Installation. [Accessed: 13-May-2015].
  10. D. Kirkland, “UBUNTU Manuals,” 2010. [Online]. Available: http://manpages.ubuntu.com/manpages/utopic/man1/gnuhealth-server.1.html. [Accessed: 06-May-2015]
  11. GNU Health, “GNU Health/The Demo database,” 2015. [Online]. Available: https://en.wikibooks.org/wiki/GNU_Health/The_Demo_database#The_online_Demo_Database. [Accessed: 04-Jun-2015].
  12. B. D. F. Leão, C. Giulliano, M. Lúcio, and C. Galvão, “Manual de Certificação para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde ( S-RES ),” 2013.
  13. 13,0 13,1 13,2 B. D. F. Leão, C. Giulliano, M. Lúcio, and C. Galvão, “Manual de Certificação para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde ( S-RES ),” 2013.
  14. J. Nielsen, Usability Engineering. Cambridge, 1993