Sistema de Gestão Integrado do Circuito do Medicamento
Sistema de Gestão Integrado do Circuito do Medicamento | |
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Sigla | SGICM |
Designação | O Sistema de Gestão Integrado do Circuito do Medicamento possibilita a requisição e o registo de medicamentos e produtos de saúde de forma informatizada,bem como a distribuição informatizada dos medicamentos emitidos diariamente a partir da prescrição médica electrónica. |
Data de Lançamento | 2001 |
Entidade Criadora | |
Entidade Gestora | Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde) |
Versão Atual | |
Requisitos Técnicos | |
Tipo de Licenciamento | |
Arquitetura | |
Sistema Operativo | |
Especialidade Médica | |
Utilizadores Principais | O SGICM é utilizado por vários utilizadores, nomeadamente a equipa dos Serviços Farmacêuticos e dos Serviços de Enfermagem de um Hospital |
Função | Permite que o farmacêutico visualize de forma mais rápida os medicamentos que necessita de distribuir, as quantidades, os doentes a que se destinam, a hora e data, o serviço clínico e o responsável pela emissão.Também permite a confirmação imediata da prescrição médica electrónica e o registo imediato da administração, efectuar consumos directos ao doente/serviço, gerir eficazmente os stock dos medicamentos, saber quem, quando e em que contexto uma prescrição é realizada e permite aceder a toda a informação via on-line. |
Descrição
O Sistema de Gestão Integrado do Circuito do Medicamento possibilita a requisição e o registo de medicamentos e todo o tipo de produtos de saúde de forma informatizada, da mesma forma que era realizado em papel, bem como a distribuição informatizada dos medicamentos emitidos diariamente a partir da prescrição médica electrónica. Este tem inúmeras funcionalidades, permitindo assim a interligação dos diferentes Serviços que constituem um Hospital, aumentando desta forma a comunicação entre eles, com o principal objectivo de melhorar a assistência ao utente e consequentemente aumentar a qualidade de vida e o seu bem-estar.
Introdução
Os Serviços Farmacêuticos Hospitalares são departamentos regulamentados por um diploma governamental e possuem autonomia técnica e científica. Estes são responsáveis por assegurar a terapêutica medicamentosa aos doentes e também necessitam de assegurar a qualidade, eficácia e segurança dos medicamentos, integrar as equipas de cuidados de saúde e promover acções de investigação e de ensino. Com isto, a farmácia hospitalar é responsável por parte do circuito do medicamento que envolve diversas etapas,como a recepção, a selecção, a aquisição, o armazenamento, a farmacotecnia, a distribuição de medicamentos, a farmacovigilância e a informação ao doente sobre a medicação [1].
Desta forma, sabe-se que o desempenho dos nossos hospitais está ligado ao avanço da tecnologia e também é necessário ter em conta o nível de acesso e organização da informação clínica, ou seja, o processo clínico informatizado que tem vindo a ser utilizado cada vez mais para melhorar e facilitar o trabalho diário nos Serviços [2].
Nos dias de hoje, os Serviços Farmacêuticos Hospitalares utilizam sistemas de informação, que realizam os mesmos procedimentos só que de forma informatizada, o que permite uma maior interligação entre os diferentes serviços e um aumento do bem estar do doente.
Sistema de Gestão Integrado do Circuito do Medicamento: Como surgiu e principais funcionalidades.
O Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde), em 2001 concedeu aos serviços farmacêuticos a progressiva e possível substituição dos livros e registos manuais, pelos registos informáticos do sistema de gestão integrada do circuito do medicamento (SGICM) e mais tarde em Março de 2006 foi aprovado pelo Infarmed o registo informático do SGICM, como substituição de todos os procedimentos que se efectuavam em suporte de papel [3].
O SGICM veio permitir a requisição e o registo de medicamentos e produtos de saúde de forma informatizada, processo semelhante ao que era realizado em suporte de papel. Com a distribuição informatizada os medicamentos são colocados no mapa de distribuição do farmacêutico que é emitido diariamente a partir da prescrição médica electrónica. Após a distribuição por reposição de stock, o programa emite um número sequencial de requisição do medicamento em causa e fica o registo no documento de ecrã GPH31083 [3].
A partir de 2006, procedeu-se à gradual substituição nos diferentes Serviços Clínicos, especialmente daqueles que já possuíam a distribuição por dose unitária do circuito em suporte de papel pelo informático contemplado no SGICM, embora este sistema, actualmente não se encontre em vigor em todos os Hospitais. É de salientar que se deve ter em especial atenção medicamentos com necessidades específicas como,os Estupefacientes e Psicotrópicos, que seguem procedimentos específicos [3].
Na distribuição por dose unitária o SGCIM possibilitou a elaboração de um mapa de distribuição definidos pelo Hospital, e ao contrário do que acontece com a distribuição não informatizada este mapa permite que o farmacêutico visualize de forma mais rápida os medicamentos que necessita de distribuir, as quantidades, os doentes a que se destinam, a hora e data, o serviço clínico e o responsável pela emissão[3][4].
Com isto, o SGCIM faz parte do circuito do medicamento existente em vários hospitais. Este intervém em várias etapas do circuito do medicamento como a reposição de stocks e no circuito de distribuição, nomeadamente por dose unitária. Por exemplo, na reposição de stocks associada ao Modelo de Armazéns Avançados é necessário definir os níveis de stock no armazém avançado do Serviço,com isto o Serviço faz o registo de acordo com os consumos do doente e a requisição é baseada em níveis pré-definidos e quantidades existentes, após estas etapas a satisfação do pedido vai gerar uma transferência para o armazém avançado. No circuito de distribuição o médico emite a prescrição médica electrónica que é enviada directamente para os serviços farmacêuticos onde se verifica a recepção, validação e distribuição dos medicamentos por dose unitária e por último a medicação é disponibilizada nos vários serviços, para ser distribuída pelos enfermeiros aos diferentes utentes. Desta forma, o SGCIM permite a confirmação imediata da prescrição médica electrónica e o registo imediato da administração e também permite efectuar consumos directos ao doente/serviço, gerir eficazmente os stock dos medicamentos, saber quem, quando e em que contexto uma prescrição é realizada e permite aceder a toda a informação via on-line [5].
Este também é utilizado na farmácia em ambulatório e permite a centralização no fornecimento da medicação de ambulatório, controlo rigoroso do fornecimento, avaliação da adesão do doente à terapêutica, aumento da segurança (registo de lotes) e diminuição do tempo de enfermagem nesta tarefa [5].
Além das várias funcionalidades referidas, o SGCIM ainda permite a recolha de casos para estudos clínicos a realizar, como por exemplo, num estudo referente a Tromboembolia Pulmonar e Cancro do Pulmão, em que foi utilizado para seleccionar os utentes que iriam intervir no estudo e também para seleccionar os grupos de controlo [6].
Principais vantagens da utilização do SGICM:
- Aumenta a segurança.
- Reduz os erros de medicação.
- Permite o conhecimento rigoroso do perfil fármaco terapêutico dos doentes.
- Diminui os riscos de interacções medicamentosas.
- Permite a racionalização da terapêutica e dos diferentes stocks nos serviços.
- Controlo mais rigoroso de todos os custos.
- Reduz os desperdícios.
- Os enfermeiros podem dedicar mais tempo aos cuidados dos doentes e ter menos atenção aos aspectos de gestão relacionados com a medicação. [5]
- Conselho Executivo da Farmácia Hospitalar. Manual da Farmácia Hospitalar. Ministério da Saúde. Capitulo 1. pp. 9-10.
- Parente, Francisco, Nuno Silva, and Patrícia Dias. "Processo clínico informatizado: uma opinião." Medicina Interna 10.4 (2003): 228.
- Manual de procedimentos de Estupefacientes e Psicotrópicos. (n.d.), 1a Edição, 44.
- Simão, Ema Alexandra Roberto. Distribuição em ambiente hospitalar: da distribuição clássica aos novos sistemas de distribuição mecânicos. Diss. 2016.
- Centro Hospital Lisboa Norte, E. 2. (s.d.). Fonte: http://83.240.153.196:8081/evento/CHLN%20IT%20INSIDE%202010_SGICM.pdf
- Fadiga, Lúcia Manuela dos Santos. "Tromboembolia pulmonar e cancro do pulmão: dos fatores de risco ao prognóstico." (2014).
Desta forma, pode-se concluir que o SGCIM deve ser utilizado pois permite servir o doente com racionalidade, segurança, eficácia e eficiência e também permite a interligação das diferentes componentes que constituem o circuito do medicamento.