Computação Ubíqua

Fonte: aprendis
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A Computação Ubíqua (também conhecida por Computação Pervasiva [1]) foi primeiramente assim denominada pelo cientista Mark Weiser em 1988. [2]
Como o seu próprio nome indica, consiste na omnipresença da tecnologia no nosso quotidiano, interligando assim o fator humano com as tecnologias e o ambiente. [3]

"(...)A less-traveled path I call the "invisible": its highest ideal is to make a computer so imbedded, so fitting, so natural, that we use it without even thinking about it. (I have also called this notion "ubiquitous computing", (...))" [4]

Mark Weiser


Definição e Objetivo

Figura 1. Computação Ubíqua [5]

A Computação Ubíqua utiliza a rede wireless com o propósito de interligar os diferentes dispositivos (Figura 1) presentes no nosso ambiente para que a informação e a comunicação sejam acedidas sem qualquer esforço, em qualquer lugar e sem ser necessário um suporte material. [1][3][6]

Torna-se necessário salientar que para conseguir implementar este tipo de computação de forma correta, os três princípios da Computação Ubíqua devem ser contemplados. O primeiro é a Diversidade que tem como base a seleção dos dispositivos mais específicos para a realização de uma determinada tarefa. No entanto, atualmente os dispositivos possuem uma integração bastante generalizada, não havendo capacidades específicas. Desta forma, o primeiro princípio defende que os sistemas devem ser autónomos na escolha do dispositivo que se adequa melhor à tarefa pretendida. A Descentralização é o segundo principio a ter em conta. Este defende que não existe um servidor central, mas sim vários servidores suficientemente robustos e flexíveis com a capacidade de sincronizar diferentes dispositivos. Assim, os dispositivos comunicam entre si, sincronizando as informações necessárias. Por fim, no terceiro principio, a Conetividade, está expressa a necessidade do usuário se manter conectado de forma constante. Para tal, a comunicação entre os dispositivos deve ser padronizada através da utilização de diferentes redes heterogéneas de curta, média e longa distância. [7]

Assim, os dispositivos que se encontram interligados estão disponíveis de uma forma constante para que a informação recolhida seja utilizada por qualquer pessoa de forma inata e natural ou seja, quando esta quiser, onde quiser e para o propósito que quiser. [1][3][6]


Características

Após a definição do conceito, é necessário apresentar as principais características deste tipo de computação: [1][3]

  • O fator principal é o humano e não a computação/tecnologia;
  • Inserção no meio ambiente;
  • Utiliza recursos tanto locais como globais, visíveis e invisíveis assim como sociais e públicos;
  • Aquisição e dissipação de informação e comunicação em tempo real;
  • Dispositivos eletrónicos globalmente interligados e constantemente disponíveis;
  • A relação computação-pessoa não é unipessoal, ou seja, é considerada uma relação entre vários dispositivos e várias pessoas, ao mesmo tempo;
  • Tecnologia wireless e grandes avanços tecnológicos.


Distinção entre Realidade Virtual e Computação Ubíqua

Por vezes, a Computação Ubíqua é confundida com a Realidade Virtual. No entanto, a Computação Ubíqua não pressupõe a necessidade de um suporte material para que a informação seja acedida visto que é possível fazê-lo em qualquer lugar e compreende a conexão de todos os dispositivos através de redes wireless.[8]

Por outro lado, a Realidade Virtual é uma simulação de uma realidade não existente, o que contrapõe a Computação Ubíqua visto que esta integra informação e comunicação num mundo físico e quotidiano. [8]

Em suma, a Computação Ubíqua transmite ao seu utilizador a sensação de que é este que efetua o que deseja e não que apenas efetua um comando a um computador, dado que a tecnologia está omnipresente. [8]


Vantagens vs Desvantagens

Vantagens Desvantagens
Rápido e Eficiente Elevados custos de implementação e manutenção
Acesso oportuno a informação relevante à população Segurança – possíveis ataques informáticos
Maior facilidade em tarefas do quotidiano Elevada complexidade – vários dispositivos interligados com tarefas específicas e complexas


Aplicações da Computação Ubíqua

A Computação Ubíqua é uma área em constante evolução e, como tal, as suas aplicações são inúmeras e abrangem diversas áreas. De seguida, são apresentados alguns exemplos de aplicações deste tipo de computação.

Saúde

A Computação Ubíqua, na área da Saúde, é encarada como um complemento aos Sistemas de Informação em Saúde permitindo o fácil acesso a informação médica através de meios não convencionais ou o apoio à comunicação entre os diferentes agentes envolvidos. Desta forma, este tipo de computação abrange diferentes tipos de serviços e dispositivos com o objetivo de tornar a terapêutica do doente ainda mais personalizada sem a necessidade de este se encontrar inserido num ambiente clínico. [9][10] Assim, torna-se importante destacar as seguintes aplicações da Computação Ubíqua na Saúde:

  • Monitorização de dados estatísticos através de computadores remotos; [11]
  • Dispositivos implantáveis inteligentes; [11][12]
  • Localizar os profissionais de saúde nas diferentes áreas da unidade hospitalar; [13]
  • Telemedicina, destacando a Telecirurgia; [10]
  • Dispositivos de monitorização dos pacientes com capacidade de coletar e armazenar os dados e enviá-los de forma autónoma ao profissional de saúde; [10]
  • Potencializar o acesso aos registos clínicos do paciente em situações de emergência; [10]
  • Desenvolvimento de sistemas capazes de processar uma alta gama de telemetria de instrumentos utilizados em contexto cirúrgico com o intuito de melhorar a capacidade humana de detetar padrões que possam requerer uma ação imediata. [10]

Outras áreas

Mecânica
Veículos que estacionam sem o auxílio do condutor;
Veículos inteligentes que encontram estacionamentos livres. [11]
Têxtil
Desenvolvimento de roupas inteligentes; [11]
Possibilidade de experimentar peças de roupa de forma virtual, sem ser necessário que a pessoa o faça fisicamente. [6]
Imobiliário
Casas informatizadas - ajuste das diversas variáveis conforme as necessidades dos seus moradores: iluminação automática, monitorização de pessoas dependentes e/ou acamadas, controlo dos produtos alimentares através da sua data de validade, acionar ou desligar os diferentes aparelhos eletrónicos, entre outros. [6][12]

Militar
Recolha de informação, de uma forma antecipada, quanto a possíveis ameaças externas; [12]
Desenvolvimento de novos sistema de armas. [12]


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Referências Bibliográficas